Acompanhado por percussionistas, cabras e um burro, um humorista venezuelano oficializou na quarta-feira sua candidatura à eleição presidencial de dezembro, em que terá a difícil tarefa de derrotar o presidente Hugo Chávez.
Benjamin Rausseo, famoso por suas piadas vulgares, tem minúsculas chances de vencer, mas sua candidatura dá um tempero a mais à corrida.
Ao registrar a candidatura no Conselho Eleitoral, Rausseo fez um discurso em que misturou ironias sobre Chávez às suas próprias propostas de governo - bastante vagas, por sinal.
Zombando da prática do presidente de dar nomes militares a suas estruturas de campanha eleitoral, o rechonchudo humorista prometeu recrutar mulheres por meio do "Comando Pechuga" ("Comando Peito").
Rausseo se considera uma alternativa para os seguidores de Chávez frustrados com o descumprimento de promessas e para eleitores que não vêem futuro na liderança da oposição.
- Queremos paz, felicidade, segurança e muita batata para o povo - disse ele a jornalistas. - As pessoas vão tomar suas decisões, me levem a sério ou não - acrescentou.
A oposição a Chávez está profundamente dividida, e o presidente amplia seu favoritismo graças aos bilhões de petrodólares injetados em programas sociais para os pobres, entre os quais ele é popularíssimo.
Críticos acusam Chávez, no governo desde 1998, de concentrar poderes e politizar órgãos como a Suprema Corte e o Conselho Eleitoral.
Muitos partidos importantes da oposição pretendem boicotar a eleição. Isso já aconteceu no ano passado, na eleição que deu a Chávez uma ampla maioria no Congresso.
Entre os partidos dispostos a disputar, vários candidatos cederam o lugar ao popular governador do Estado de Zúlia, Manuel Rosales, que se apresenta como candidato de "unidade". Vários outros postulantes, porém, permanecem na corrida.
- Para ganhar, ele (Rosales) precisa unir a oposição e pescar na lagoa de Chávez também. Para ele, é uma tarefa muito mais difícil do que para Chávez é permanecer no poder - disse o especialista em pesquisas Luis Vicente León.
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