Depois de ter chutado imigrantes que fugiam da polícia na fronteira da Hungria e da Sérvia, a jornalista húngara Petra Làszlò começou a ser oficialmente investigada pela Justiça nesta quinta-feira (10), segundo a procuradoria do país.
Ela foi denunciada por dois partidos de oposição após o vídeo da agressão repercutir na internet e gerar diversas manifestações de indignação pelo mundo. O episódio levou à demissão da cinegrafista do canal N1TV, ligado ao partido de extrema-direita da Hungria, no mesmo dia.
“Como parte da investigação, as autoridades vão analisar se delitos mais graves foram cometidos”, indicou Sandor Toro, procurador do condado de Csongrad, à AFP.
De acordo com a ONG de direitos humanos Comitê Búlgaro de Helsinki (CBH), ela pode enfrentar pena de prisão entre um e sete anos, já que agrediu várias pessoas que tentavam entrar na Hungria. Enquanto filmava a movimentação dos imigrantes vindos da Síria, Petra propositalmente fez um refugiado tropeçar , além de ter chutado uma criança, que seguiu a fuga com o grupo, como mostram as imagens divulgadas na internet.
Em seguida, a jornalista virou alvo de muitas críticas nas redes sociais e uma página chamada “muro da vergonha Petra Laszlo” rapidamente ganhou milhares de curtidas no Facebook. A jornalista, que trabalhava no canal há apenas quatro meses, ainda não se pronunciou sobre o ocorrido e estaria incomunicável desde a última terça-feira.
Apenas em 2015, a Hungria já recebeu mais de 150 mil imigrantes, sobretudo em fuga dos conflitos no Oriente Médio. O objetivo dos refugiados é passar pelo país e seguir para nações do norte do continente europeu, como a Alemanha e o Reino Unido. Enquanto isso, o governo húngaro tem se mostrado inflexível sobre a crise migratória e classificou os refugiados como uma ameaça à “prosperidade europeia” e aos “valores cristãos”.
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