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Meio ambiente

Hungria ameniza risco tóxico

Vista aérea mostra o ponto onde o reservatório da fábrica de alumínio se rompeu: medo era que metais pesados contamina sem ecossistema | Peter Somogyi-Tóth / Greenpeace / AFP
Vista aérea mostra o ponto onde o reservatório da fábrica de alumínio se rompeu: medo era que metais pesados contamina sem ecossistema (Foto: Peter Somogyi-Tóth / Greenpeace / AFP)

Budapeste - Autoridades disseram ontem que a concentração de metais pesados no Rio Danúbio, atingido na quinta-feira pela lama tóxica que va­­zou na Hungria, caiu para um ní­­vel que não compromete o consumo de sua água.

A dimensão do vazamento – ocorrido segunda-feira em uma fábrica de alumínio em Ajka, a 160 km de Budapeste – foi reduzida. Segundo o governo, vazaram 700 mil metros cúbicos, me­­nos do que o 1 milhão anunciado antes.

Ainda assim, o número é grande. Essa quantidade vazada da lama, que é o resultado do refino da bauxita, é pouco menor do que o petróleo que um poço da British Petroleum jogou nas águas do Golfo do México (EUA) por três meses.

O número de mortos chegou ontem a sete. Um homem de 81 anos morreu devido a ferimentos causados pela torrente de lodo, e dois corpos foram encontrados em Devecser, uma das cidades atingidas pela inundação.

A agência de desastres húngara disse que o nível de pH da água no local onde a lama atingiu o Da­­núbio, o segundo maior rio da Europa, estava abaixo de 9. Já em rios próximos ao local do acidente, o nível estava em 13,5. O pH neutro para a água é 7.

"Não vamos considerar a lama que chega ao Danúbio como poluição agora", disse o ministro do Interior, Sandor Pinter. "Ela não será de uma extensão que poderia causar danos biológicos ou ambientais."

O presidente da ONG World Wild Life Fund no país, Figeczky Gabor, disse que não espera "que nenhuma consequência grave ocorra fora das fronteiras da Hun­­gria". "Nem o fornecimento de água nem a natureza ao longo do Da­­núbio serão prejudicados", afirmou.

Apesar da boa notícia sobre o Danúbio, o Greenpeace divulgou que amostras da lama coletadas um dia após o vazamento continham níveis "surpreendentemen­­te altos" de arsênio e mercúrio.

Segundo a entidade, a concentração de arsênio detectada era o triplo do normalmente encontrado nesse tipo de lama tóxica. Se­­gundo ambientalistas, a contaminação pelos metais pesados da lama vermelha terá efeitos por anos na região onde fica a fábrica de alumínio.

Tóxicos

Altamente reativos, metais pesados tomam parte em processos essenciais do organismo, mas em altas quantidades tornam-se tóxicos e levam à morte.

Contaminações com essas substâncias ameaçam comunidades por anos, pois geralmente atingem vegetais e animais, comprometendo toda cadeia alimentar. Pessoas que ingerem esses ali­­mentos cumulam os metais pesados, que não podem ser eliminadas pelo corpo. Chumbo, mercúrio e arsênico são alguns dos me­­tais pesados mais conhecidos.

Ontem, autoridades evitavam fazer estimativas sobre a extensão e o custo total da catástrofe, e limitaram o trabalho de jornalistas em Kolontar, também devastada pela lama, alegando que eles estavam interferindo nos trabalhos de limpeza.

Da parte governamental, equipes começaram a drenar um segundo reservatório industrial da fábrica de alumínio em Ajka para prevenir um novo desastre. Ainda não se sabe o que causou o vazamento, mas meteorologistas disseram que chuvas de verão pe­­la Europa foram 200% acima do normal, o que poderia ter en­­fra­­quecido o reservatório.

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