O premiê da Hungria, Viktor Orbán, anunciou nesta sexta-feira (23) que fechou um acordo para a compra de quatro caças Gripen da Suécia, removendo o último obstáculo para permitir a entrada do país nórdico na OTAN, a aliança militar do Ocidente.
O Parlamento húngaro votará a ratificação dessa autorização na segunda-feira (26). Segundo a agência Reuters, Orbán se encontrou em Budapeste com o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, e declarou que foi possível “reconstruir a confiança”.
Além da compra dos caças, um contrato de logística relacionado será expandido, informou Orbán, que é aliado do presidente da Rússia, Vladimir Putin.
“Não só manteremos a nossa capacidade de defesa aérea, mas iremos aumentá-la [...], o que significa que o nosso compromisso com a OTAN será fortalecido e também a nossa participação nas operações conjuntas da OTAN”, disse Orbán, numa coletiva de imprensa ao lado de Kristersson.
A entrada de novos membros na aliança militar do Ocidente só pode ocorrer se ratificada por todos os países que já a integram.
Além da Hungria, a Turquia vinha protelando o sinal verde à Suécia desde 2022, quando Estocolmo abriu mão de décadas de neutralidade militar e pediu adesão devido à invasão russa à Ucrânia.
O governo de Recep Tayyip Erdogan a princípio alegou que a Suécia dava abrigo a supostos terroristas curdos, o que motivou mudanças na legislação antiterrorismo sueca. Depois, Ancara iniciou uma barganha para que os Estados Unidos vendessem caças F-16 à Turquia, o que havia sido bloqueado pelo Congresso americano, em troca do apoio ao pedido da Suécia.
Por fim, no final de janeiro, os turcos aprovaram a entrada sueca na OTAN. Em seguida, o Departamento de Estado americano informou que o governo dos Estados Unidos aprovou um acordo de US$ 23 bilhões para venda de 40 F-16s à Turquia e atualizações em 79 caças que Ancara já possui.
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