A Hungria, governada pelo primeiro-ministro Viktor Orbán, líder da direita nacionalista internacional, iniciou nesta segunda-feira (1º) a sua presidência rotativa da União Europeia (UE), sob o lema “Vamos tornar a Europa grande novamente”.
“Hoje assumimos do primeiro-ministro belga a presidência da União Europeia”, declarou Orbán em Bruxelas, onde se encontrou com Alexander De Croo, chefe do governo da Bélgica, país que detinha a presidência rotativa da UE nos seis meses anteriores.
“Começa” é a única palavra que acompanha uma fotografia de Orbán e De Croo publicada pelo primeiro-ministro húngaro juntamente com o anúncio da passagem de bastão na rede social Facebook.
“O objetivo central da presidência húngara da UE é reforçar a competitividade europeia”, havia afirmado o ministro de Assuntos Europeus húngaro, János Bóka, em uma entrevista à emissora de rádio pública Kossuth no dia anterior.
Para alcançar esse objetivo, tentará chegar a um consenso para assinar um novo pacto europeu para a competitividade ainda durante a presidência húngara, que durará até 31 de dezembro.
Desta forma, a atenção política “seria focada nessa questão e seriam identificadas as áreas em que poderiam ser tomadas decisões para fortalecer a competitividade”, reiterou Bóka.
As outras seis prioridades definidas pelo Executivo de Orbán são a defesa comum e a defesa das fronteiras externas, bem como avançar na ampliação do clube comunitário, promover a coesão e as políticas agrícolas e resolver os problemas demográficos.
Além disso, Budapeste pretende promover os processos de integração principalmente dos países dos Balcãs Ocidentais e aprofundar as relações com a China.
No entanto, dado que as decisões comunitárias sobre política externa exigem uma votação unânime, não se espera que Orbán consiga intensificar os laços com Pequim, como lembrou hoje o portal independente Telex.hu.
Por outro lado, os adversários políticos veem uma provocação de Orbán no lema escolhido para a presidência húngara – “Vamos tornar a Europa grande novamente” –, uma vez que é uma referência do slogan usado pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na sua campanha eleitoral de 2016 e que foi retomado este ano.
“Não é muito original, não?”, perguntou ironicamente Vera Jourová, vice-presidente em fim de mandato da Comissão Europeia, citada pela imprensa húngara.
Outra provocação para muitos é o anúncio feito por Orbán no domingo, um dia antes de assumir a presidência da UE, sobre a formação de um novo grupo de direita nacionalista e eurocético no Parlamento Europeu.
Orbán falou ontem com a imprensa em Viena ao lado de Herbert Kickl, líder do partido nacionalista austríaco FPÖ, e Andrej Babis, presidente da tcheca Aliança de Cidadãos Insatisfeitos (ANO), para apresentar a nova família política, batizada como Patriotas para a Europa.
Os três partidos juntos têm 24 eurodeputados (11 do Fidesz, sete do ANO e seis da FPÖ), um a mais do que o mínimo de 23 necessários para criar uma bancada no Parlamento Europeu.
No entanto, a formação de um novo grupo no Parlamento Europeu também exige um mínimo de sete países representados, razão pela qual a nova família precisa acomodar legendas de outros quatro Estados.
Nesse sentido, o partido português Chega anunciou nesta segunda-feira a intenção de se juntar a eles, o que elevaria para 26 o número de assentos do grupo.
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