Confira no mapa os países membros da União Europeia| Foto:
A ponte Elizabeth, na capital húngara Budapeste: país fez avanços financeiros desde a quase falência de 2008, como a redução do déficit público

Budapeste - A Hungria do polêmico primeiro-ministro conservador Viktor Orban assume em 1.º de janeiro, por seis meses, a Presidência da União Europeia (UE) tendo a crise da Zona do Euro, da qual não faz parte, como principal desafio. A presidência húngara, que utilizará como slogan "Uma Europa forte", também será marcada pelo início das delicadas negociações sobre o orçamento plurianual da UE e a integração dos ciganos.

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A transferência de comando da Bélgica para a Hungria acontece em um momento complicado. A Hungria é objeto de duras críticas por sua reforma dos meios de comunicação, qualificada pela Organização para a Segurança e Cooperação na Eu­­ropa (OSCE) de "ameaça para a liberdade de im­­prensa". Ale­­ma­­nha e Luxem­­burgo também ex­­pressaram publicamente sua preocupação.

Mas o grande desafio da presidência húngara continua sendo a crise da dívida na Eurozona. Bu­­dapeste tenta convencer os sócios há várias semanas de que é capaz de enfrentar a situação, apesar de não integrar a Zona do Euro.

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"Nós, húngaros, somos muito bons na gestão de crise", afirmou Viktor Orban recentemente, du­­rante uma visita a Budapeste do presidente permanente da UE, o belga Herman Van Rompuy.

A declaração deve ser encarada com cuidado, levando em consideração a quase falência do país em 2008, quando a Hungria foi salva por um empréstimo da UE e do Fundo Monetário Interna­­cio­­nal (FMI). Desde então, o país re­­duziu o déficit público de mais de 9% para 3,8%.

Risco

A presidência húngara corre o risco de ser testada já a partir de ja­­neiro, quando Espanha e Portu­­gal, muito fragilizados, terão de buscar nos mercados um refinanciamento para suas dívidas. Se a intervenção da UE for inevitável, como aconteceu com Grécia e Ir­­landa, a Hungria não ficará sozinha no comando.

O Eurogrupo, o fórum de mi­­nistros das Finanças da Zona do Euro, é a autoridade competente para tomar as decisões, destacou um di­­plomata húngaro em Bru­­xelas. A presidência húngara também estará marcada pelo início das complexas negociações sobre o fu­­turo orçamento plurianual da UE (2014-20).

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A Grã-Bretanha acaba de selar uma aliança com a França e a Ale­­manha para pedir o congelamento do orçamento até 2020. Os países do leste da Europa temem que o rigor provoque cortes nas ajudas às regiões mais desfavorecidas, das quais são grandes beneficiários.

Outro tema polêmico é a am­­pliação do espaço de livre circulação Schengen. Romênia e Bulgá­­ria, apoiadas pela Hungria, esperam integrar esta zona a partir de março de 2011, mas França e Ale­­ma­­nha decidiram bloquear a en­­trada destes países, que consideram prematura. Por fim, a integra­­ção em escala europeia dos ciganos, a minoria étnica mais importante da UE (entre 10 e 12 milhões de pes­­soas) e a mais discriminada, figura entre as prioridades húngaras.