Um idoso sul-africano morreu após ser apedrejado no leste do país pelas mãos de três adolescentes que o acusavam de praticar bruxaria, informaram fontes policiais nesta terça-feira (10). Mgwazeni Delwa, de 73 anos, morreu na segunda-feira de manhã ao ser apedrejado e atingido com bastões em sua casa de Nkandla, mesmo local de origem do presidente do país, Jacob Zuma.

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Os acusados “compareceram hoje no Tribunal da Magistratura de Nkandla”, na província oriental de Kwazulu-Natal, disse o porta-voz policial, Jay Naicker, citado pelo jornal sul-africano Times. “Um menor foi levado a um local seguro (no município de) Pinetown, e os outros dois suspeitos permanecerão sob custódia até 16 de março”, acrescentou Naicker, em referência à data em que decidirá sobre sua liberdade sob pagamento de fiança. Os três detidos têm entre 17 e 19 anos, e são acusados de um delito de assassinato.

As bruxas ou “sangomas” - como são conhecidos nos idiomas locais - são uma instituição, frequentemente positiva e respeitada, nas culturas da África do Sul, onde - sobretudo nas zonas rurais - pessoas seguem acreditando na bruxaria. Só em 2014, dez pessoas morreram pelas mãos de vizinhos ou parentes que as acusavam de bruxaria, segundo dados recopilados da imprensa pela Aliança Sul-Africana pelos Direitos dos Pagãos (SAPRA).

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A associação - que combate os ataques aos que praticam ritos pagãos, bruxaria, satanismo ou ocultismo e luta contra as falsas acusações de bruxaria - identificou no total 15 incidentes violentos contra supostos bruxos. Em agosto do ano passado, a delegada Riah Phiyega anunciou uma campanha contra os crimes relacionados com a bruxaria, durante um memorial por Catherina Nkovani-Chauke, apedrejada e queimada viva aos 52 anos por que asseguravam que era bruxa.