Membros de tribos iemenitas disseram ter conquistado um complexo militar das tropas de elite leais ao presidente Ali Abdullah Saleh nas cercanias da capital Sanaa nesta sexta-feira, e a intensificação dos combates ameaça mergulhar o país em uma guerra civil.

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As tribos dos arredores de Sanaa disseram também estar combatendo tropas do governo em outras instalações militares.

Na capital, dezenas de milhares de pessoas se reuniram no que prometeram ser uma 'Sexta-feira de Revolução Pacífica' contra Saleh, libertando pombas brancas e carregando os caixões de cerca de 30 pessoas mortas nos confrontos desta semana.

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Há alguns quilômetros de distância, pessoas leais ao governo fizeram sua própria manifestação portando bandeiras do Iêmen e fotos de Saleh, que governa o país da Península Arábica há quase 33 anos.

'Por Deus, você não partirá!', diziam alguns cartazes vermelhos.

Há temores de que o Iêmen, já à beira da ruína financeira, degenere em um estado falido que minaria a segurança regional e representaria um risco sério à vizinha Arábia Saudita, maior exportadora de petróleo do mundo.

Os combates desta semana, os piores desde que começaram os protestos, em janeiro, mataram cerca de 115 pessoas.

Os Estados Unidos e a Arábia Saudita, ambos alvos de atentados frustrados de uma ala da Al Qaeda sediada no Iêmen, têm tentado desarmar a crise e conter qualquer ameaça de anarquia que possa dar à rede militante global mais espaço para operar.

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As orações de sexta-feira têm servido de ocasião para as manifestações de oponentes e apoiadores de Saleh, cujo país se tornou o mais pobre da região e está localizado em uma rota de tráfego pela qual 3 milhões de barris de petróleo passam diariamente rumo a mercados ocidentais.

Moradores de Sanaa têm fugido da capital aos milhares para escapar da escalada de violência.

'Há uma pobreza absoluta por causa deste regime. Queremos mudança', disse Abdulrahman al-Fawli, um engenheiro de 42 anos. 'Mas uma guerra civil me aterroriza. Temo esta perspectiva. Se Deus quiser, ele irá embora e abdicará do poder pacificamente'.

Líderes do G8 pediram a Saleh que renuncie durante a cúpula de dois dias na França, mas analistas disseram que as potências globais têm pouca influência no dividido e empobrecido Iêmen.

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