O Iêmen precisa de apoio logístico para combater a Al Qaeda, mas não permitirá operações estrangeiras clandestinas contra o grupo militante em seu território, disse o chanceler Abubakr al Qirbi à BBC.

CARREGANDO :)

O governo iemenita declarou guerra total à Al Qaeda neste mês, ampliando os bombardeios aéreos e as ações policiais depois que o braço local do grupo de Osama bin Laden reivindicou a autoria do frustrado atentado aéreo do dia de Natal em um voo Amsterdã-Detroit.

Na entrevista à BBC, transmitida na terça-feira, Qirbi descartou a hipótese de autorizar os EUA a instalarem uma base militar no Iêmen, ou de que governos estrangeiros realizem operações secretas no país. "Vamos assumir isso para nós. Por que precisamos de soldados estrangeiros para lutar, quando podemos lutar por nós mesmos?", disse.

Publicidade

Ele disse que o governo errou ao autorizar uma intervenção estrangeira em 2002, quando um bombardeio norte-americano com mísseis matou um dirigente da Al Qaeda que era suspeito de planejar o atentado suicida do ano 2000 contra o navio militar dos EUA USS Cole.

"Provou-se um terrível engano, e por isso não queremos que se repita. Temos de fazer isso nós mesmos, e quem estiver interessado terá de nos apoiar", declarou Qirbi.

Autoridades dos EUA dizem que Washington vem discretamente fornecendo equipamentos militares, informações e treinamento para que o Iêmen destrua esconderijos da Al Qaeda.

O chanceler rejeitou a tese de que o governo teria permitido que a Al Qaeda crescesse no país por no passado se recusar a confrontar os militantes.

"O Iêmen sempre enfrentou a Al Qaeda. Mas não significa que, por ter havido um período sem confronto, não estivesse combatendo a Al Qaeda, porque estava combatendo-a por meio do diálogo e por diferentes (outros) meios."

Publicidade

Qirbi elogiou um programa saudita que oferece orientação e reintegração aos militantes para que voltem à sociedade - uma ideia da qual o Iêmen foi pioneiro, mas que diz agora não ter mais recursos para manter.

O governo do Iêmen, país mais pobre da Península Arábica, já havia cogitado um diálogo com os militantes, com a condição de que eles antes depusessem suas armas.