Milhares de pessoas se manifestaram nesta quinta-feira (26) na cidade de Taiz, no sudoeste do Iêmen, a favor da operação militar árabe, liderada pela Arábia Saudita, contra o movimento xiita dos houthis, informaram testemunhas locais. Os manifestantes levavam fotografias do rei saudita, Salman bin Abdelaziz, e do presidente iemenita, Abdo Rabbo Mansour Hadi, além de bandeiras nacionais.
Os milicianos houthis e os policiais afins dispararam ao ar para dispersar as milhares de pessoas que participaram da marcha, que avançou pela avenida Jamal, no centro de Taiz, rumo à sede do Prefeitura. Fontes médicas disseram que cerca de 18 pessoas ficaram feridas pelos disparos. Aviões sauditas começaram a bombardear posições do movimento xiita no Iêmen, depois que os houthis chegaram às portas da cidade meridional de Aden, onde tem sua base Hadi.
A Arábia Saudita lidera uma coalizão à qual se somaram Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Catar, Bahrein, Egito e Jordânia, com o objetivo de responder ao pedido do presidente iemenita de atuar militarmente para frear o avanço dos rebeldes houthis.
O presidente do Iêmen, Abd-Rabbu Mansour Hadi, partiu da cidade de Áden, no sul do país, sob escolta da Arábia Saudita, rumo ao Egito, onde irá participar de uma cúpula árabe no sábado, informou a rede de televisão saudita Al-Arabiya nesta quinta-feira.
Mais cedo, aviões de guerra sauditas e de aliados árabes atacaram rebeldes xiitas houthi que lutam para depor Hadi e que dominaram boa parte do território. “Hadi deixa Áden rumo a Sharm el-Sheikh sob proteção saudita”, anunciou o canal via satélite sediado em Dubai, referindo-se ao resort egípcio no Mar Vermelho onde a reunião irá ocorrer, mas sem citar fontes.
Mohammed Marem, chefe de gabinete de Hadi, confirmou que o presidente estará em pessoa no evento de Sharm el-Sheikh, descartando seu plano inicial de se dirigir a outros líderes árabes através de uma teleconferência.
“À luz dos eventos e desdobramentos que aconteceram desde a madrugada, ele decidiu comparecer à cúpula e participar em pessoa”, disse Marem. Hadi fugiu para Áden no mês passado depois de abandonar a capital, Sanaa, onde desde janeiro os houthis o mantinham confinado em sua residência.