Cidade do Vaticano Quatrocentos e noventa e oito mártires assassinados durante a Guerra Civil Espanhola (1936 1939) foram beatificados em cerimônia realizada ontem por ordem do Papa Bento XVI.
"Com suas palavras e gestos de perdão para com os perseguidores, (os mártires beatificados) nos impulsionam a trabalhar incansavelmente pela misericórdia, reconciliação e convivência pacífica", disse o Pontífice após a cerimônia.
Considerados "exemplos de amor e compreensão para todos os cristãos", os 498 "mártires do século 20 na Espanha", segundo a denominação dada pela Igreja Católica, foram proclamados beatos na maior cerimônia deste tipo da História, realizada na Praça de São Pedro, no Vaticano. De acordo com fontes vaticanas, cerca de 40 mil espanhóis estiveram presentes à cerimônia, entre eles 2,5 mil parentes dos mártires.
O prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, o cardeal português José Saraiva Martins, realizou a cerimônia em nome do Papa, que presidirá apenas os atos de canonização. Saraiva Martins ressaltou que os 498 mártires o mais jovem com 16 anos e o mais velho com 71 "derramaram seu sangue pela fé durante a perseguição religiosa na Espanha", e antes de morrer "perdoaram aqueles que os perseguiam e rezaram por eles".
O representante do Papa disse que hoje a identidade dos cristãos "está constantemente ameaçada", e que os novos beatificados transmitem uma mensagem de amor e coerência.
6 de novembro
Os mártires são dois bispos, 24 sacerdotes diocesanos, 462 membros de Institutos de Vida Consagrada, um diácono, um subdiácono, um seminarista e sete laicos. O pedido de beatificação foi feito pelo cardeal de Madri, Antonio María Rouco Varela, cuja arquidiocese reúne o maior número de mártires entre os beatificados. Bento XVI ordenou que os novos beatos sejam lembrados pela Igreja Católica no dia 6 de novembro.