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Dezenas de milhares de crianças foram vítimas de abusos sexuais cometidos por padres e leigos católicos na Holanda desde 1945, disse uma comissão independente nesta sexta-feira (16), criticando um suposto acobertamento da Igreja. A comissão estimou que 10 a 20 mil menores tenham sofrido abusos sexuais em orfanatos, colégios internos e seminários católicos entre 1945 e 1981, em casos que variavam de leves a graves, incluindo estupros. Desde 1981, há poucas instituições católicas recebendo menores. Mas a comissão disse que os abusos não eram mais comuns nas instituições católicas do que em entidades semelhantes mantidas por outros grupos. "O abuso sexual contra menores é disseminado na sociedade holandesa", disse a comissão. O relatório, encomendado em 2010 pela Conferência Episcopal e pela Conferência Religiosa Holandesa, diz que a Igreja acobertava sistematicamente os abusos para proteger a sua reputação e é culpada por "supervisão inadequada" e "ação inadequada." Nos últimos anos, a Igreja Católica vem sofrendo reiteradas denúncias de abusos sexuais contra menores, especialmente na Europa, o que já provocou um pedido formal de desculpas do papa Bento 16. O chefe da comissão holandesa, Wim Deetman, protestante que já foi ministro da Educação e prefeito de Haia, disse que "a ideia de que as pessoas não sabiam (dos abusos) e que os administradores (eclesiásticos) não sabiam não pode ser mantida".

Estupros A maioria dos casos envolvia abusos leves ou moderados, mas também podem ter ocorrido "vários milhares" de estupros, segundo o relatório. "Todo mundo pode ficar chocado por essa história chegar a tal magnitude. Todo mundo pode ficar perplexo pelo fato de a Igreja ter mentido a respeito disso e acobertado", disse a uma rádio pública Guido Klabbers, da entidade Klokk, que defende menores vítimas de abusos. A Igreja deve comentar o assunto numa entrevista coletiva nesta sexta-feira.

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