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Argentina

Igreja critica clientelismo político a dois meses das eleições

A Conferência Episcopal (CEA) da Argentina reiterou nesta quinta-feira críticas ao clientelismo e à dádiva política, e exigiu transparência nas eleições presidenciais de outubro no país, num documento no qual denunciou a fragmentação da sociedade.

"A trascendência do ato eleitoral exige grande transparência, de modo a afastá-lo de práticas demagógicas e pressões indevidas, como o clientelismo e a dádiva", segundo o texto assinado por bispos católicos.

O documento de nove pontos divulgado por ocasião da 147ª reunião da Comissão Permanente da CEA insta os cidadãos "a se informarem devidamente da probidade dos candidatos e da dimensão ética de suas propostas" antes da votação.

A primeira-dama e a senadora Cristina Fernández é a candidata do governo à sucessão do presidente Nestor Kirchner no próximo 28 de outubro, e as pesquisas de opinião a situam como favorita.

Os bispos, liderados pelo cardeal primaz Jorge Bergoglio, advertiram no documento sobre "a fragmentação e os confrontos dos quais sofre ainda a Argentina" e destacaram que essas divisões "se manifestam tanto em impunidade, como em desencontros e ressentimentos".

"Está pendente a dívida da reconciliação", diz o texto, em alusão aos processos judiciais por violações aos direitos humanos cometidos durante a última ditadura (1976-83), impulsionados pelo governo Kirchner.

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