O Vaticano divulgou ontem novas instruções que, diz, irão endurecer e agilizar a resposta a "casos mais graves de abusos sexuais por padres, em nova reação aos escândalos de pedofilia na Igreja Católica, ocorridos em países como Irlanda e Alemanha.
As instruções determinam que a pornografia infantil seja considerada crime contra a lei da igreja e iguala o tratamento de casos de abusos a doentes mentais ao de abusos de menores.
Também sobe a prescrição de crimes de pedofilia de 10 para 20 anos, contados a partir da maioridade da vítima. Os processos mais graves serão agilizados porque, segundo a Santa Sé, um padre pedófilo poderá ser expulso da igreja sem a necessidade de um julgamento longo.
Mas a avaliação de especialistas e vítimas de abusos é que as medidas são insuficientes ou apenas oficializarão práticas já comuns na igreja. Há críticas também à ausência de sanções a bispos que acobertem escândalos. Ainda assim, as normas compõem o primeiro grande documento do Vaticano a tratar do tema desde que escândalos recentes começaram a eclodir.
Em março, a Santa Sé já havia feito um guia on-line não um documento oficial que ordena as dioceses a investigar as suspeitas de pedofilia e a reportar os crimes à Justiça civil.
A ordenação feminina também foi banida. A Santa Sé classifica a ordenação de mulheres como "crime grave" e aumenta a punição sobre o padre que tentar ordenar uma mulher. O crime teria como pena até a expulsão. No texto sobre a pedofilia, tal punição não é mencionada.