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Vaticano

Igreja excomunga arcebispo polêmico

São Paulo – A Santa Sé decretou ontem a excomunhão latae sententiae (automática) de d. Emanuel Milingo, arcebispo aposentado de Lusaka, em Zâmbia, por ter ordenado bispos, à revelia do Papa, quatro padres casados, no domingo, em Washington.

Milingo, de 76 anos, desafiou o Vaticano em 2001, ao se casar com a médica sul-coreana Maria Sung, seguidora da seita do Reverendo Moon, quebrando o compromisso do celibato sacerdotal. Apesar de ter voltado à Igreja, atendendo a um apelo de João Paulo II, o arcebispo declarou que, nos últimos cinco anos, sempre considerou Maria Sung como sua mulher.

Depois de abandonar um convento na Itália, onde vivia confinado sob vigilância do Vaticano, Milingo reapareceu nos Estados Unidos e anunciou a fundação da associação Married Priests Now, para lutar pela readmissão dos sacerdotes que abandonaram suas funções. Pelos seus cálculos, há no mundo 150 mil ex-padres dispostos a voltar à Igreja, se forem dispensados do celibato.

A Santa Sé afirma no comunicado sobre a punição de Milingo que representantes da Igreja tentaram, em vão, entrar em contato com ele para dissuadi-lo de prosseguir em ações "que causam escândalo, sobretudo entre os fiéis que seguiram seu ministério pastoral em favor dos pobres e dos enfermos".

Segundo o Vaticano, "tanto o arcebispo Milingo como os quatro ordenados incorreram na excomunhão latae sententiae, prevista pelo cânon 1.382 do Código de Direito Canônico".

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