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As autoridades de Santa Clara teriam usado um mecanismo de geo-rastreamento contra os membros da igreja
As autoridades de Santa Clara teriam usado um mecanismo de geo-rastreamento contra os membros da igreja| Foto: Unplash

Uma igreja no norte da Califórnia entrou com uma ação judicial neste mês contra as autoridades locais do condado de Santa Clara, alegando que seus membros foram alvo de espionagem durante as restrições da pandemia.

Segundo o The Christian Post, advogados membros da organização Advocates for Faith and Freedom, que atuam em casos relativos à liberdade religiosa e de expressão nos EUA, protocolaram o processo em um tribunal da Califórnia em nome da Igreja Calvary Chapel San Jose contra o condado.

Eles afirmam que as autoridades teriam usado um mecanismo de geo-rastreamento contra os membros da igreja enquanto ela permanecia aberta, apesar das restrições da pandemia de Covid-19.

No auge da pandemia nos Estados Unidos, a igreja, que agora se chama Calvary Christian Fellowship (CCF), e seu pastor, Mike McClure, foram contrários às ordens de distanciamento social em vigor na Califórnia e retomaram as atividades religiosas presenciais. Por causa disso, ambos acabaram sendo processados em um tribunal por desacato e foram multados por violarem as ordens judiciais que proibiam serviços de adoração presenciais em 2020 e 2021.

A Advocates for Faith and Freedom alega neste processo movido contra o condado de Santa Clara que, além do processo movido contra a igreja em 2020, as autoridades locais também realizaram uma "operação de geo-fencing” contra membros da igreja, e que essa ação foi realizada de forma irregular e desnecessária, já que nem todos os negócios e entidades locais foram submetidos à mesma vigilância.

Além disso, a entidade argumenta que o condado não obteve um mandado judicial para realizar tais operações de monitoramento dos membros da igreja.

Em um comunicado divulgado na quarta-feira (23), o pastor McClure afirmou que o processo não visa apenas ajudar sua congregação, mas busca “representar todas as igrejas dos EUA que sofreram com casos semelhantes no país".

"Nosso compromisso é com os direitos e a privacidade de todos os nossos membros", disse McClure. Ele afirmou ainda que "estamos defendendo não apenas os direitos da nossa comunidade religiosa, mas também os direitos das pessoas religiosas em todo o país".

Mariah Gondeiro, vice-presidente e conselheira jurídica da Advocates for Faith and Freedom, declarou que as "pessoas de fé não deveriam jamais se preocupar com o governo espionando-as em locais de culto. Estamos lutando pelos direitos de todas as crenças religiosas que têm sido e continuam sendo alvo do governo. Essa invasão de privacidade viola a 4ª Emenda da Constituição dos Estados Unidos e cria um precedente alarmante se não for enfrentada. É hora de responsabilizar o Condado de Santa Clara por desrespeitar os direitos dos membros da Calvary Chapel".

Por sua parte, as autoridades do condado de Santa Clara negaram as acusações de espionagem apontadas pela igreja. Em um comunicado enviado ao Christian Post, elas alegaram que as afirmações são "falsas" e não refletem compreensão dos fatos básicos das ordens de saúde pública do condado ou do programa de fiscalização local.

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