O governo de Recep Tayyip Erdogan reverteu uma determinação de décadas atrás e devolveu à Hagia Sofia o status de mesquita. O local histórico, construído originalmente como uma catedral cristã ortodoxa em 537 e que desde 1934 era um museu, passou por mudanças para ser reaberta ao público e receber as primeiras orações na semana passada.
Um grande tapete azul turquesa foi colocado em boa parte do chão da antiga basílica para receber os fiéis muçulmanos, enquanto relíquias cristãs estavam cobertas por panos ou obscurecidas pela iluminação preparada para a reabertura. Uma das imagens cristãs cobertas era o mosaico do século IX da Virgem Maria e Jesus, no teto da basílica.
Veja nas imagens abaixo como era o museu Hagia Sofia e como ficou o local após a reabertura como mesquita Hagia Sofia.
Decisão controversa
Cerca de mil pessoas entraram na mesquita no dia de reabertura e centenas se reuniram do lado de fora para rezar.
Segundo a BBC, durante um sermão, o presidente da agência de assuntos religiosos, Ali Erbas, levantou uma espada e disse: "O sultão Mehmet, o Conquistador, dedicou essa magnífica construção aos fiéis para permanecer uma mesquita até o Dia da Ressurreição", referindo-se ao imperador que conquistou Istambul no século XV.
Ao mesmo tempo, a decisão de Erdogan gerou críticas, inclusive de autoridades de países vizinhos à Turquia.
A ministra da Cultura da Grécia, Lina Mendoni disse que “a [Basílica de] Santa Sofia, localizada em Istambul, é um monumento de toda a humanidade, independentemente de religião”. Já o ministro das Relações Exteriores do Chipre, Nikos Christodoulides, tuítou que “[o país] condena veementemente as ações da Turquia em relação à Santa Sofia, em seus esforços para distrair a opinião doméstica, e pede à Turquia que respeite suas obrigações internacionais”.
O papa Francisco também demonstrou preocupação. Em meados de julho, o pontífice disse estar "aflito" com a conversão da antiga basílica em mesquita.
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