Um imigrante sudanês caminhou os 50 quilômetros do Eurotúnel, desviando de trens de alta velocidade e fugindo de guardas, até ser preso pouco antes da entrada britânica. O túnel cruza o Canal da Mancha e liga a França à Grã-Bretanha.
A polícia britânica informou que Abdul Rahman Haroun, de 40 anos, foi encontrado perto da entrada britânica do túnel na noite de terça-feira. Ele foi acusado de “causar obstrução usando a ferrovia” e será julgado pelo delito.
Milhares de imigrantes da África e do Oriente Médico têm tentado fugir de acampamentos no porto francês de Calais e entrar ilegalmente na Grã-Bretanha pulando em caminhões e se escondendo em trens, prejudicando o fluxo do túnel.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse no mês passado que iria tomar ações para resolver a crise de imigração ajudando a aumentar a segurança no terminal francês de Calais. Há duas semanas, o Reino Unido enviou cães para a polícia francesa que atua em Calais.
Grécia
O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur) fez ontem um apelo à Grécia para controlar o “caos total” nas ilhas, ponto de desembarque de milhares de imigrantes. Só em julho, 50 mil refugiados chegaram ao país que, segundo o primeiro-ministro Alexis Tsipras, não tem estrutura para receber o fluxo e precisa de ajuda de outros membros da União Europeia.
“Em 30 anos de experiência humanitária, jamais vi uma situação assim. É uma vergonha total”, disse em Genebra Vincent Cochetel, da divisão Europa da Acnur. “Na maioria das ilhas não há capacidade de recepção. As pessoas estão dormindo sem nenhum teto”.
Segundo Cochetel, após alguns dias nas ilhas os refugiados são transferidos para Atenas, mas não encontram suporte. A Grécia foi apontada pelo Acnur como o país mais visado pelos clandestinos que chegam pelo Mediterrâneo. Em 2015, 124 mil imigrantes chegaram ao país, enquanto 98 mil se encaminharam à Itália. Os sírios são o grupo mais numeroso entre os refugiados, 34%, e são seguidos por eritreus, afegãos, nigerianos e somalis, que fogem de conflitos e perseguições em seus países.