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Um imigrante de 83 anos, de nacionalidade venezuelana, morreu nesta terça-feira (17) no norte do Chile depois de cruzar a fronteira da Bolívia perto da cidade de Colchane. O Serviço de Saúde desta pequena cidade fronteiriça informou a morte e explicou que o corpo foi encontrado no setor do Salar de Coipasa, a 3.600 quilômetros de altitude no meio do deserto.
O imigrante foi identificado como Humberto José Ávila Ávila, natural de Maracaibo, na Venezuela, e sofria de hipertensão, segundo sua irmã, que viajava com ele.
"Esta morte dói porque se trata de um idoso que decide empreender uma travessia impossível", lamentou o prefeito de Colchane, Javier García. "Sua morte nos lembra que a imigração não parou", acrescentou.
As passagens do planalto são a principal rota de entrada irregular para o Chile, que continua sendo um dos países mais atraentes na América Latina devido à sua estabilidade política e econômica, apesar da pandemia e da crise social de 2019.
O norte do país está mergulhado em uma forte crise há um ano com a chegada massiva de pessoas de forma clandestina - a maioria de nacionalidade venezuelana -, o colapso de pequenas cidades fronteiriças, a realização de marchas contra a imigração e ataques xenófobos.
Até agora, neste ano, pelo menos sete pessoas morreram nesse contexto de conflito, enquanto em 2021 houve mais de 20 mortes. A Agência da ONU para Refugiados (Acnur) alertou em dezembro de 2021 que cerca de 500 refugiados e imigrantes venezuelanos, incluindo crianças, atravessam diariamente as passagens irregulares de fronteira entre a Bolívia e o Chile e chegam ao país “depois de vários dias sem comer, com desidratação, hipotermia e mal de altura”.
No Chile há 1,4 milhão de migrantes, o que equivale a mais de 7% da população, sendo os venezuelanos os mais numerosos, seguidos pelos peruanos, haitianos e colombianos.