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Travessia ilegal

Imigrante venezuelano de 83 anos morre após entrar ilegalmente no Chile

Um idoso toma sol em sua cadeira de rodas, na casa de repouso La Providencia, localizada em San Martín (Venezuela), em junho de 2018. (Foto: EFE/Helena Carpio)

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Um imigrante de 83 anos, de nacionalidade venezuelana, morreu nesta terça-feira (17) no norte do Chile depois de cruzar a fronteira da Bolívia perto da cidade de Colchane. O Serviço de Saúde desta pequena cidade fronteiriça informou a morte e explicou que o corpo foi encontrado no setor do Salar de Coipasa, a 3.600 quilômetros de altitude no meio do deserto.

O imigrante foi identificado como Humberto José Ávila Ávila, natural de Maracaibo, na Venezuela, e sofria de hipertensão, segundo sua irmã, que viajava com ele.

"Esta morte dói porque se trata de um idoso que decide empreender uma travessia impossível", lamentou o prefeito de Colchane, Javier García. "Sua morte nos lembra que a imigração não parou", acrescentou.

As passagens do planalto são a principal rota de entrada irregular para o Chile, que continua sendo um dos países mais atraentes na América Latina devido à sua estabilidade política e econômica, apesar da pandemia e da crise social de 2019.

O norte do país está mergulhado em uma forte crise há um ano com a chegada massiva de pessoas de forma clandestina - a maioria de nacionalidade venezuelana -, o colapso de pequenas cidades fronteiriças, a realização de marchas contra a imigração e ataques xenófobos.

Até agora, neste ano, pelo menos sete pessoas morreram nesse contexto de conflito, enquanto em 2021 houve mais de 20 mortes. A Agência da ONU para Refugiados (Acnur) alertou em dezembro de 2021 que cerca de 500 refugiados e imigrantes venezuelanos, incluindo crianças, atravessam diariamente as passagens irregulares de fronteira entre a Bolívia e o Chile e chegam ao país “depois de vários dias sem comer, com desidratação, hipotermia e mal de altura”.

No Chile há 1,4 milhão de migrantes, o que equivale a mais de 7% da população, sendo os venezuelanos os mais numerosos, seguidos pelos peruanos, haitianos e colombianos.

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