Centenas de trabalhadores imigrantes realizaram violentos protestos em Rosarno, cidade do sul da Itália, depois que dois deles ficaram feridos durante um tiroteio. Os imigrantes, em sua maioria de países africanos, iniciaram os confrontos com a polícia e os moradores locais nas ruas da cidade calabresa na noite de quinta-feira.
A violência na volátil região teve início depois que dois imigrantes ficaram levemente feridos por um atirador não identificado num incidente que, segundo os manifestantes, foi motivado pelo racismo. Grupos de manifestantes atiraram pedras contra a polícia, atacaram moradores e quebraram lojas e carros.
O Ministério do Interior disse que 14 pessoas, dentre elas, oficiais, manifestantes e moradores, ficaram feridas nos confrontos, e sete imigrantes foram detidos. O Ministério informou que lojas e escolas de Rosarno foram fechadas.
Milhares de imigrantes vão para a região a cada ano, onde trabalham nas colheitas e fazem alguns trabalhos temporários. Vivendo em dormitórios improvisados, eles geralmente são mal pagos e maltratados. A Calábria também é a base da organização mafiosa ndrangheta.
Escolas
Ainda ontem, o governo da Itália informou que crianças estrangeiras não poderão ultrapassar os 30% de estudantes nas salas de aula italianas a partir de setembro. O plano foi atacado por críticos como racista.
O governo conservador da Itália disse que está introduzindo a medida em uma tentativa de integrar as crianças imigrantes na sociedade italiana e evitar que elas fiquem reunidas em "guetos" formados apenas por estrangeiros.
"A escola deve ser um lugar de integração", disse a ministra da Educação Mariastella Gelmini em comunicado.
"Nossas escolas estão prontas para aceitar todas as culturas e as crianças do mundo. Ao mesmo tempo, as escolas italianas devem manter suas próprias tradições com orgulho."
A oposição de centro-esquerda e sindicalistas atacaram a proposta como uma medida errada, que iria apenas aumentar um sentimento de exclusão entre os imigrantes.