Centenas de trabalhadores imigrantes, em sua maioria de países africanos, entraram em confronto com a polícia e os moradores de Rosarno, cidade do sul do Itália, na noite de quinta-feira (7). A violência na volátil região teve início depois que dois imigrantes ficaram levemente feridos por um atirador não identificado num incidente que, segundo os manifestantes, foi motivado pelo racismo. Grupos de manifestantes atiraram pedras contra a polícia, atacaram moradores e quebraram lojas e carros.
O Ministério do Interior disse que 14 pessoas - dentre elas oficiais, manifestantes e moradores - ficaram feridos nos confrontos e sete imigrantes foram detidos. A pasta informou que lojas e escolas de Rosarno foram fechadas, mas que os protestos continuam. Agazio Loiero, governador da região da Calábria, afirmou à televisão Sky que a violência é "inaceitável", mas que os imigrantes foram "muito provocados".
Milhares de imigrantes se deslocam para a região todo ano, onde trabalham nas colheitas e fazem trabalhos temporários. Vivendo em dormitórios improvisados, eles geralmente são mal pagos e mal tratados. A Calábria também é a base da organização mafiosa 'Ndrangheta.
As prisões ocorreram após uma recente decisão das autoridades italianas de aumentar o contingente policial na cidade de Reggio Calábria, depois que uma bomba danificou um tribunal, numa aparente tentativa da população de intimidar os magistrados.
A combinação de violência étnica e crime organizado espalhou a violência em comunidades imigrantes do sul da Itália. Em 2008, imigrantes realizaram violentos protestos na região de Nápoles depois que seis ganeses foram assassinados a tiros, crime supostamente cometido pelos integrantes da organização mafiosa Camorra.
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