Em 2006, os trabalhadores imigrantes nos EUA mandaram para seus países de origem, especialmente na América Latina, US$ 62,3 bilhões. O resultado superou em 14% a marca atingida em 2005. Os dados foram divulgados no mês passado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Esse foi o quarto ano consecutivo em que a cifra superou o total de ajuda exterior recebida pelos países da região. O Brasil foi o segundo país que mais recebeu dinheiro de trabalhadores nos EUA, com US$ 7 bilhões. O México foi o primeiro, com US$ 23 bilhões.
"As alterações da economia internacional fazem com que o capital circule com muito mais velocidade. O migrante segue esse fluxo de capital e não deixa de ser tratado como um mercadoria", diz Gislene Aparecida dos Santos, professora da UFPR e que está fazendo um estudo de doutorado sobre os migrantes catarineses para os EUA.
Segundo ela, os brasileiros preenchem as vagas para serviços essenciais, mas que a população nativa já não se disponibiliza a fazer. "A economia se moderniza, mas alguns serviços não podem ser substituídos por uma máquina. É o ajudante de garçom, a faxineira, o marceneiro, o trabalhador da construção civil. E o brasileiro supre especialmente bem essas funções."