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Lei polêmica

Imigrantes protestam contra prisões em Israel

Imigrantes africanos se reuniram em frente à embaixada dos EUA para cobrar providências sobre a prisão de compatriotas | Baz Ratner/Reuters
Imigrantes africanos se reuniram em frente à embaixada dos EUA para cobrar providências sobre a prisão de compatriotas (Foto: Baz Ratner/Reuters)

Milhares de imigrantes africanos protestaram ontem diante de embaixadas ocidentais em Tel Aviv, exigindo a libertação de compatriotas presos por Israel em uma instalação carcerária do deserto com base em uma nova lei que permite detenções por tempo indeterminado.

"Chega de prisão", gritava a multidão que tomava a avenida da orla, em frente à embaixada dos EUA. Os manifestantes também se dirigiram às embaixadas da França, Itália, Reino Unido, Canadá e Alemanha para entregar cartas solicitando apoio internacional contra a política de Israel contra imigrantes acusados de procurar trabalho ilegalmente.

Há três semanas, o Par­lamento de Israel aprovou uma lei que autoriza as autoridades a deterem por prazo indeterminado imigrantes que não tenham vistos válidos. A medida foi condenada por críticos como uma violação aos direitos humanos.

Cerca de 60 mil imigrantes, a maioria da Eritreia e Sudão, têm entrado em Israel a partir do Egito desde 2006, aproveitando uma época em que essa fronteira era mais permeável, segundo autoridades locais.

Muitos dizem procurar refúgio ou asilo. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu já disse que vê a presença de muitos dos africanos como uma ameaça ao tecido social judaico do país.

Desde 2012, a instalação de uma cerca na fronteira com o Egito reduziu o fluxo migratório. Os estrangeiros que já haviam entrado agora podem ser enviados para um local que o governo descreve como uma prisão aberta, no deserto do sul israelense.

Ontem, mais de 10 mil africanos protestaram em frente à Prefeitura de Tel Aviv, pedindo a libertação dos imigrantes detidos. Desde que a lei entrou em vigor foram mais de 300, segundo grupos de direitos humanos. Dezenas de outros foram intimados para serem detidos, entre eles pais de família, segundo ativistas de direitos humanos e funcionários do Acnur (agência da ONU para refugiados).

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