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Líbia

Imigrantes vivem tragédia no mar

Líbios que escapam de conflito buscam abrigo em Dehiba, na Tunísia | Zohra Bensemra/Reuters
Líbios que escapam de conflito buscam abrigo em Dehiba, na Tunísia (Foto: Zohra Bensemra/Reuters)

Londres - Enquanto governos da Europa tentam saídas legais para fechar suas fronteiras, aumenta a chegada de imigrantes africanos ao continente com relatos de tragédia no mar e omissão de socorro.

No fim de semana, uma somali chegou a Lampedusa (Itália) em choque. Disse a agentes de ajuda humanitária que viajava com seu bebê num barco que começou a afundar ao sair da Líbia. Ela disse que teve de nadar, até ser socorrida por outra embarcação e que não sabe o que houve com a criança e com os demais passageiros.

Lampedusa (a 120 km da costa da Tunísia), virou símbolo da on­­da de imigrantes iniciada em ja­­neiro, com a queda do ditador tu­­nisiano Ben Ali. Depois, vieram al­­guns egípcios. Agora, há líbios e outros africanos que trabalhavam na Líbia, em fuga da violência.

Segundo relatos, muitos estão sendo obrigados a embarcar em pequenos barcos após terem seus pertences roubados ainda na Lí­­bia.

A Itália diz que mais de 25 mil já chegaram a Lampedusa. Se­­­gun­­do a Organização Internacional para a Migração, foram 1.887 só no último fim de semana.

O jornal britânico The Guardian narrou ontem a viagem de 72 pessoas saídas da Líbia. O barco em que estavam ficou à deriva. Ape­­nas 11 sobreviveram. Segundo os relatos, as pessoas morreram de fome e de sede. Os corpos foram atirados ao mar. Sobreviventes afirmaram ter pedido ajuda a navios e a um helicóptero da Otan (aliança militar do Ocidente), que teriam negado socorro.

A Otan diz não ter sido contatada. A Marinha francesa, apontada como omissa, diz não ter registros de pedido de ajuda no período. O Conselho Europeu prometeu investigar.

Há interesse nas informações dos dois lados. Os imigrantes querem ampliar a visibilidade das tra­­gédias para que haja pressão in­­ternacional. Esperam, assim, conseguir visto de permanência. Já os governos europeus querem classificá-los como migrantes econômicos – não refugiados políticos.

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