Um homem morreu após atear fogo no próprio corpo em um edifício governamental da Argélia, informou neste domingo (15) a rádio estatal.
O ato suicida do argelino repete a ação semelhante de um tunisiano que detonou protestos que derrubaram o líder na vizinha Tunísia.
Mohsen Bouterfif jogou gasolina sobre si e ateou fogo na quinta-feira, após um encontro com o prefeito da pequena cidade de Boukhadra, que não conseguiu fornecer a ele um emprego e uma casa, informou o jornal El Khabar. Ele morreu neste sábado devido às queimaduras.
Cerca de 100 homens protestaram pela morte de Mohsen na cidade, localizada na província de Tebessa, 700 quilômetros a leste de Argel. O governador provincial demitiu o prefeito, disse o El Khabar.
Várias cidades argelinas, incluindo a capital Argel, testemunharam protestos nas últimas semanas devido ao desemprego e à alta nos preços dos alimentos.
Fontes oficiais disseram que duas pessoas foram mortas e várias ficaram feridas durante os protestos, que ocorreram ao mesmo tempo das manifestações de rua na Tunísia. Eventos parecidos devido ao alto preço dos alimentos também foram registrados em outros países do Norte da África e do Oriente Médio.
Para acalmar os protestos, a Argélia derrubou o preço do açúcar e do óleo de cozinha.
A queda do presidente tunisiano, Zine al-Abidine Ben Ali, na sexta-feira, a primeira vez em várias gerações que um líder árabe cai devido a protestos públicos, enviou um alerta para o restante da região, dominada por regimes autocráticos.
Os manifestantes que derrubaram Ben Ali surgiram após a morte de um vendedor de vegetais de 26 anos, chamado Mohamed Bouazizi, que ateou fogo em si em 17 de dezembro depois que a polícia confiscou sua carreta com os produtos.
Bouazizi morreu semanas depois, tornando-se um mártir para multidões de estudantes e desempregados que reclamavam das condições de vida no país.