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Fraudes

Impasse aprofunda crise eleitoral no Afeganistão

A crise eleitoral no Afeganistão se aprofundou nesta segunda-feira (19) quando funcionários responsáveis por declarar o resultado final da eleição presidencial de agosto se recusaram a aceitar as conclusões de uma comissão investigativa apoiada pela Organização das Nações Unidas (ONU). O grupo que investiga fraudes pretende forçar a realização de um segundo turno, de acordo com informações de pessoas envolvidas.

A Comissão de Reclamações Eleitorais completou sua investigação na semana passada sobre acusações de fraudes generalizadas e intimidação nas eleições de 20 de agosto. Dois funcionários estrangeiros que viram os resultados afirmam que, com os votos anulados, o presidente Hamid Karzai não possui mais de 50% dos votos, o que forçaria um segundo turno entre ele e o ex-ministro de Relações Exteriores Abdullah Abdullah. As fontes pediram anonimato. Uma delas qualificou as conclusões como "incontroversas".

A Comissão Eleitoral Independente, porém, rejeitou os dados, segundo os funcionários. Esse grupo é controlado por aliados de Karzai. Um porta-voz do presidente disse que ele não se comprometerá a aceitar as conclusões até que elas sejam publicamente divulgadas. Isso ampliou o temor de que Karzai se recuse a ir para um segundo turno.

O atraso na formação do governo, na opinião dos Estados Unidos, dificulta o combate à crescente insurgência do Taleban no país. Pode haver também uma crise política. No fim de semana, centenas de partidários de Karzai protestaram no sul, pedindo a divulgação rápida dos resultados e afirmando que rejeitariam um segundo turno.

A Casa Branca informou que o presidente Barack Obama não enviará mais tropas ao Afeganistão até que um governo "confiável" esteja atuando no país. O ministro de Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner, e o senador norte-americano John Kerry estavam em Cabul neste fim de semana para tentar resolver o impasse.

Conclusões

A comissão de reclamações planejava divulgar suas conclusões nesta segunda-feira, segundo uma porta-voz do painel apoiado pela ONU. Não está claro o que pode ocorrer se a comissão eleitoral continuar a rejeitar o relatório. Um porta-voz da campanha de Abdullah disse que a comissão da ONU está "sob ameaça" de Karzai. "As negociações continuam, mas não há acordo." Um porta-voz da campanha de Karzai negou qualquer interferência do presidente.

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