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Passeata

Impasse leva líbios às ruas contra postergação de Congresso interino

Milhares de líbios fizeram uma passeata em Trípoli e Benghazi para exigir a dissolução do Parlamento nacional interino, cujo mandato deveria ter acabado na sexta-feira, em um momento no qual o país está muito dividido sobre o seu próprio futuro.

A disputa no Parlamento expôs a contínua fragilidade da Líbia quase três anos após a queda de Muammar Gaddafi. Atualmente, os partidos rivais, ex-rebeldes e tribos regionais pressionam para instaurar suas próprias visões políticas.

Eleito em 2012 sem o apoio popular, o Congresso Nacional Geral (GNC, na sigla em inglês) deveria ter encerrado o seu mandato no dia 7 de fevereiro.

Mas membros estenderam sua duração para dar à assembleia especial tempo para o esboço de uma nova Constituição, algo visto como fundamental para a estabilidade do país.

Carregando bandeiras da Líbia e faixas com os dizeres "Não à Extensão", os manifestantes ocuparam a Praça dos Mártires, em Trípoli, e a principal praça da cidade de Benghazi. As manifestações foram pacíficas.

O GNC sofre um impasse entre a Aliança das Forças Nacionais (NFA) e o Partido Justiça e Construção (JCP), o braço político da Irmandade Muçulmana.

"Não pode ficar mais caótico ou pior do que está agora", afirmou Afifa Ahmed, que trabalha nas relações humanas de uma empresa em Trípoli. "O GNC contribuiu com o que para o país? Nada", disse.

Três membros do GNC, um da NFA e dois independentes, disseram que renunciaram aos seus mandatos na sexta-feira, em apoio aos protestos. Com a transição democrática em crise na Líbia, o governo enfraquecido e o Exército em treinamento, brigadas de ex-combatentes que derrubaram Gaddafi se aliaram a facções políticas para ganhar poder.

Duas ex-brigadas rivais, a Zintanis e a Misratans, estão alinhadas com a NFA e com a liderança islâmica, respectivamente, aumentando os riscos de que possam usar a força militar para fazer pressão política.

Milícias no leste do país bloquearam portos e cortaram as exportações de petróleo, a maior fonte de receita do país. A segurança permanece instável, o que foi realçado pelo breve sequestro do primeiro-ministro, Ali Zeidan, em outubro.

Mesmo assim, o premiê conseguiu sobreviver às tentativas dos oponentes de proclamar voto de não-confiança no GNC, principalmente devido a divisões entre os legisladores e à falta de uma alternativa unificadora para substituir o seu governo.

"Exorto todos os cidadãos que estejam comprometidos com meios pacíficos. Todas as exigências podem ser implementadas pacificamente, por meio do diálogo", disse Zeidan.

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