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A Coréia do Norte concordou em interromper o enriquecimento de plutônio em troca de ajuda energética e garantias de segurança, informaram nesta segunda-feira oficiais americanos e chineses que participam, em Pequim, da sexta rodada de negociações acerca do programa nuclear de Pyongyang. Um potencial acordo, no entanto, ainda precisa ser aprovado por autoridades dos países envolvidos nas conversas - EUA, China, Japão, Rússia e Coréia do Sul - e que voltam a se reunir nesta terça-feira.

Nesta segunda-feira, os Estados Unidos e a Coréia do Norte negociaram o auxilio energético que o país asiático receberia em troca do fim de suas ambições nucleares.

- Houve uma concordância nas principais diferenças das ações da Coréia do Norte para a desnuclearização, suas metas e quão longe elas irão, e das medidas correspondentes de outros países e a escala da assistência - disse a repórteres o enviado sul-coreano Chun Yung-woo. - A Coréia do Norte basicamente concordou com todas as medidas do esboço - disse.

Sob anonimato, uma fonte sul-coreana disse à agência chinesa "Xinhua" que o documento conjunto "atingiu a fase final" e deve ser aprovado em nova reunião, prevista para esta terça-feira. Os diplomatas pretendem divulgar uma declaração informando o que a Coréia do Norte receberia em troca de desativar a usina de Yongbyon, que produz plutônio usável em armas nucleares.

Uma fonte diplomática disse que a Coréia do Norte exigiu que os EUA e os outros quatro participantes oferecessem 2 milhões de toneladas de óleo combustível pesado por ano — equivalentes a US$ 600 milhões de dólares — e mais 2 gigawatts de eletricidade, a um custo de US$ 8,55 bilhões, nos próximos dez anos. Essa energia equivale praticamente à atual capacidade norte-coreana.

A crise nuclear norte-coreana foi deflagrada em 2002, quando Washington acusou Pyongyang de ter um programa secreto de enriquecimento de urânio, em uma violação a um acordo bilateral de 1994. No ano seguinte, tiveram início negociações para que a Coréia do Norte interrompesse seu programa nuclear.

Em setembro de 2005, a Coréia do Norte aceitou em princípio um plano pelo qual abandonaria o programa de armas nucleares em troca de ajuda econômica e garantias de segurança ao país. O pacto foi rompido depois que os EUA impuseram sanções financeiras ao governo de Pyongyang, devido a supostos crimes como falsificação de divisas.

Pyongyang respondeu a estas sanções retirando-se do diálogo durante 13 meses, período no qual realizou o lançamento de vários mísseis intercontinentais e seu primeiro teste nuclear, em 9 de outubro de 2006, o que criou grande tensão na Ásia Oriental e motivou sanções internacionais aprovadas pela ONU.

Existe o temor de que, caso um consenso não seja alcançado, não haja novas conversas, depois de quatro anos de longas e penosas negociações que, em poucas ocasiões, apresentaram avanços notáveis, com exceção dos acordos de 2005.

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