Genebra À espera de uma proposta dos Estados Unidos sobre um corte substancial seus subsídios à agricultura, os principais atores das negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC) se reúnem a partir de hoje em Genebra. O encontro está sendo avaliado como uma das últimas chances para que os países superem suas diferenças e evitem um fiasco de proporções mundiais e que poderia colocar em risco anos de negociações.
O Brasil será representado pelo chanceler Celso Amorim, que tentará solucionar o impasse com ministros dos Estados Unidos, União Européia (UE), Índia, Austrália e Japão. A reunião ocorre depois que chefes de Estado, durante a reunião do G-8 na Rússia, deram o mandato a seus ministros para que concluam um acordo até meados de agosto. A exceção foi o presidente francês Jacques Chirac, que insistiu em manter uma posição protecionista e acusou o presidente Luis Inácio Lula da Silva de ser inflexível.
Para que um acordo seja possível, os EUA precisam promover um corte maior de seus subsídios agrícolas, o que permitiria que os europeus aceitassem reduzir de forma mais intensa suas tarifas de importação a produtos agrícolas. Já os países emergentes aceitariam também aberturas de seus mercados para produtos industriais.
Até agora, Washington tem dito que concordaria em cortar seus subsídios de US$ 22 bilhões anuais para US$ 19 bilhões. Os valores, porém, são considerados como insuficientes tanto pelo Brasil como pela Europa. A Casa Branca, porém, insiste que Bruxelas precisa apresentar cortes maiores de suas tarifas de importação para produtos agrícolas, enquanto as economias emergentes devem ser mais flexíveis no campo industrial.
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