Agenda
A crise na Síria está abarrotando a agenda da abertura da 68ª Assembleia Geral da ONU. O debate sobre a guerra na Síria será o foco dos principais discursos na reunião, embora seja do Conselho de Segurança a responsabilidade de tratar da questão.
190 países participam da 68ª Assembleia Geral da ONU, que começou ontem em Nova York com um resumo das conclusões dos inspetores de armas sobre o ataque com gás que matou centenas de civis na Síria.
A volta da crise síria ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) mostrou ontem que há ainda grandes divisões entre as potências sobre como eliminar as armas químicas de Damasco.
Após firmar um acordo com os Estados Unidos para que o governo de Bashar Assad entregue seu arsenal proibido, a Rússia enfatizou que vetará qualquer resolução que contemple o uso da força contra a Síria, como querem europeus e norte-americanos. Foi essa a posição apresentada pelo chanceler do Kremlin, Sergei Lavrov, ao receber seu colega francês, Laurent Fabius.
A Rússia não quer que uma resolução do conselho sobre as armas químicas sírias nos marcos do Capítulo 7 da Carta da ONU o qual admite o uso da força militar caso Assad não obedeça o acordo firmado em Genebra. O governo de Vladimir Putin alega que, se os sírios comprovadamente violarem compromissos, o conselho deve votar uma nova resolução, desta vez dando aval a medidas coercitivas.
Reuniões
Fabius e Lavrov se encontraram enquanto diplomatas das cinco potências com presença permanente no Conselho de Segurança se reuniram a portas fechadas para tratar do arsenal químico de Assad.
Na segunda-feira, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, o chanceler da Grã-Bretanha, William Hague, e o próprio Fabius haviam se encontrado em Paris. Na oportunidade, os três advertiram a Síria e a Rússia de que a resolução da ONU que formalizará o acordo de desarmamento deve incluir uma menção ao Capítulo 7.
Damasco acusa Ocidente de manipulação
Folhapress
O Ministério das Relações Exteriores da Síria acusou ontem Estados Unidos, Reino Unido e França de manipular o diálogo entre a população do país árabe para defender os próprios interesses. A crítica foi feita em uma nota que condenou o encontro entre representantes dos três países.
O regime de Bashar Assad é acusado de ter realizado um ataque químico contra civis em uma área dominada por rebeldes na periferia de Damasco, em 21 de agosto. Segundo Washington, mais de 1.400 pessoas morreram.
Na última segunda-feira, os chanceleres da França, Laurent Fabius, e do Reino Unido, William Hague, se encontraram com o secretário de Estado americano, John Kerry. Em nota conjunta, os três advertiram que o desarmamento a ser realizado por Damasco deve ser feito de forma séria, caso contrário farão uma intervenção militar.
Diálogos
A Chancelaria síria disse que o encontro revela a realidade dos objetivos desses países e "suas tentativas de antecipar os resultados de um diálogo entre os sírios para impor sua vontade". Para Damasco, diálogos sobre a legitimidade política são um direito exclusivo da população síria.