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Protesto em favor do impeachment do presidente americano Donald Trump, em Nova York, 17 de dezembro
Protesto em favor do impeachment do presidente americano Donald Trump, em Nova York, 17 de dezembro| Foto: Stephanie Keith/ Getty Images/ AFP

A Câmara dos Deputados dos EUA avançou no processo de impeachment contra o presidente Donald Trump nesta terça-feira (17), com uma reunião do Comitê de Regras para estabelecer os critérios para o debate que vai determinar na quarta-feira se a conduta de Trump em relação à Ucrânia violou o seu juramento de posse.

Após a reunião do comitê, Trump enviou uma carta de seis páginas à presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, expressando o seu "mais forte e poderoso protesto" contra o impeachment, que ele descreveu como uma "cruzada" partidária dos democratas.

"Esse impeachment representa um abuso de poder sem precedentes e inconstitucional pelos legisladores democratas, inigualável em quase dois séculos e meio de história legislativa americana", escreveu ele.

"Isso não é nada mais do que uma tentativa partidária e ilegal de golpe que irá, com base na posição recente, fracassar horrivelmente nas urnas", afirmou ainda o republicano.

Trump também disse a jornalistas na Casa Branca que ele assume "zero" de responsabilidade pelo fato de estar prestes a sofrer impeachment. Ele enfrenta dois artigos de impeachment: abuso de poder e obstrução do Congresso.

No centro do processo dos democratas está a alegação de que ele tentou usar uma reunião na Casa Branca e ajuda militar, desejadas pela Ucrânia para combater a agressão militar russa, para pressionar o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky a iniciar uma investigação sobre o ex-vice-presidente Joe Biden e seu filho Hunter Biden.

Trump também é acusado de buscar uma investigação sobre a teoria infundada de que a Ucrânia conspirou com os democratas para interferir nas eleições presidenciais de 2016.

Na quarta-feira, uma votação processual por toda a Câmara dará início ao debate, que deve durar várias horas, culminando na votação dos artigos do impeachment.

Uma coalizão de grupos progressistas planeja realizar mais de 400 manifestações em todo o país na noite de terça-feira pedindo o impeachment de Trump.

De maneira geral, 49% dos americanos dizem que Trump deve sofrer impeachment e ser destituído do cargo, enquanto 46% dizem que não, segundo uma pesquisa do Washington Post e da ABC News. A pesquisa também mostra que, independentemente de Trump ter cometido uma infração passível de impeachment, 49% dizem que ele pressionou indevidamente a Ucrânia a investigar Biden e seu filho, enquanto 39% dizem que Trump não fez isso.

Apenas dois presidentes americanos sofreram impeachment pelo Congresso: Andrew Johnson em 1868 e Bill Clinton em 1998 - ambos foram salvos pelo Senado. O presidente Richard Nixon renunciou antes que a Câmara pudesse votar em artigos de impeachment no escândalo de Watergate em 1974. Os legisladores redigiram três artigos contra Nixon, incluindo acusações de "altos crimes e contravenções" que refletem as alegações de abuso de poder e obstrução que Trump agora enfrenta.

Os historiadores observaram que a Câmara deve votar o impeachment de Trump em 18 de dezembro - um dia antes do 21º aniversário da votação na Câmara para o impeachment de Clinton.

Se a Câmara votar a favor do impeachment de Trump, o julgamento no Senado deve começar no início de janeiro.

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