A Imperial College, universidade pública britânica que está entre as principais instituições de ensino superior do Reino Unido, vai fechar dois grandes centros de pesquisa financiados por empresas aeroespaciais e de defesa chinesas em meio a denúncias de que Pequim tem promovido espionagem em projetos de pesquisa no país europeu – alerta feito em julho pelo MI5, um dos serviços de inteligência britânicos, e pelo FBI.
Segundo informações publicadas pelo jornal The Guardian no fim de semana, serão fechados um centro de pesquisa mantido em parceria com a Avic, estatal chinesa que é a principal fornecedora da aviação civil e militar da China, e outro administrado em conjunto com a Biam, uma subsidiária de outra estatal do setor aeroespacial e de defesa.
O jornal britânico informou que os dois centros serão fechados até o final do ano após a rejeição de dois pedidos de licença feitos junto à Unidade Conjunta de Controle de Exportação (ECJU, na sigla em inglês) do governo britânico, que regula o compartilhamento de pesquisas sensíveis com parceiros internacionais.
Nos últimos três anos, outros cinco projetos de pesquisa britânicos em colaboração com empresas chinesas foram encerrados, incluindo instalações da Imperial College e em Manchester financiadas pela fabricante chinesa de mísseis Calt, cuja controladora teria fornecido drones utilizados na região de Xinjiang, onde Pequim promove uma perseguição a uigures e outras minorias muçulmanas.
Charles Parton, especialista em China do think tank de defesa e segurança britânico Royal United Services Institute, disse ao Guardian que o Reino Unido começa a “despertar” para a ameaça representada por parcerias em pesquisa com a China. “A distinção entre o que é uso civil e militar está diminuindo. Nós não devemos ajudar uma potência hostil”, argumentou.
Um porta-voz da Imperial College disse que todas as pesquisas da instituição são fiscalizadas “minuciosamente” e respeitam os compromissos da universidade “com a segurança nacional do Reino Unido”.
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