Implantes mamários possivelmente abaixo dos padrões fabricados por uma empresa francesa agora sob investigação foram vendidos a cerca de mil holandesas com um nome diferente, ampliando o escândalo que pode afetar cerca de 300 mil mulheres ao redor do mundo.

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Uma porta-voz da autoridade de saúde da Holanda disse à Reuters na segunda-feira (26) que uma empresa holandesa comprou implantes fabricados pela companhia francesa Poly Implant Prothese (PIP) e as revendeu na Holanda sob o nome "M-implants".

"Estimamos que cerca de mil mulheres na Holanda tenham esses implantes...Nós recomendamos que elas consultem seus médicos", disse a porta-voz Diana Bouhys.

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Ela não quis informar o nome da companhia holandesa envolvida no caso.

A renomeação dos implantes PIP potencialmente aumenta a amplitude da polêmica na qual a PIP - que já foi a terceira maior fabricante de implantes mamários do mundo e faliu em 2010 depois que as autoridades francesas fecharam as portas da empresa - é acusada de usar silicone em grau industrial e não médico em parte de suas próteses, que foram vendidas da Europa para a América Latina.

O fundador da empresa, Jean-Claude Mas, conseguia cobrar preços mais baixos pelos implantes usando o silicone não aprovado.

Autoridades sanitárias têm dito que não há evidência de risco aumentado de câncer em razão dos implantes da marca PIP, mas afirmaram que eles apresentam taxas mais altas de rupturas, capazes de causar inflamação e irritação.

Embora o governo francês tenha pedido que as 30 mil mulheres na França com implantes PIP os retirem cirurgicamente, outros países - incluindo Brasil e Grã-Bretanha - recomendaram que as mulheres consultem seus cirurgiões.

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Bouhys, a porta-voz holandesa, não disse por quando tempo os M-implants foram vendidos na Holanda antes de serem proibidos em março de 2010, junto com os implantes da marca PIP, como na França.

No começo de 2010, as autoridades holandesas abriram uma investigação sobre implantes mamários que continua em andamento, afirmou Bouhys.

A agência reguladora de medicamentos e equipamentos médicos da França, a AFSSAPS, estava fechada na segunda-feira por causa das festas de fim de ano. Assim, a Reuters não conseguiu se certificar se as autoridades sanitárias sabiam sobre os M-implants.