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O fato de assassinos de jornalistas não estarem sendo punidos vem alimentando um clima de insegurança no mundo todo, afirmaram defensores da liberdade de expressão e líderes de sindicatos na segunda-feira, na Rússia, um dos países onde o problema é mais grave.

A Federação Internacional de Jornalistas (IFJ) escolheu Moscou para realizar seu congresso trienal a fim de chamar atenção para as ameaças sofridas por jornalistas na Rússia.

"A Rússia é o país onde se registrou o maior número de casos de jornalistas mortos em tempos de paz", afirmou Aidan White, secretário-geral da IFJ. E nos últimos 18 meses, segundo White, a situação piorou ainda mais.

Em outubro passado, um pistoleiro matou a jornalista Anna Politkovskaya, que atuava na área de defesa dos direitos humanos. O crime aconteceu na entrada de um bloco de apartamentos da região central de Moscou, quando a jornalista regressava das compras, em um sábado à tarde.

Desde então, outros quatro jornalistas foram mortos a tiros e um quinto caiu da janela de um apartamento em circunstâncias misteriosas, disse a IFJ.

Miklos Haraszti, chefe da área de liberdade de imprensa da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), afirmou que governos de países de todo o mundo estavam deixando impunes os assassinos de jornalistas, incentivando assim a prática desse tipo de crime.

"Há apenas uma coisa pior do que a intimidação, a violência e os assassinatos cujas vítimas são jornalistas. E essa coisa é a tolerância do governo com a intimidação, a violência e o assassinato de jornalistas", afirmou Haraszti.

Os jornalistas mais ameaçados são os repórteres investigativos que trabalham para meios de comunicação independentes dentro de países onde o Estado controla ou mantém sob rígida vigilância a mídia.

Na Rússia, meios de comunicação independentes afirmam que foram silenciados depois de o presidente Vladimir Putin ter subido ao poder, em 2000. Essas acusações são rebatidas pelo governo russo.

A IFJ, com sede em Bruxelas e que diz representar cerca de 500 mil funcionários de meios de comunicação no mundo todo, calcula que 289 jornalistas foram mortos na Rússia desde 1993.

O congresso continua até sexta-feira. No andar térreo do prédio onde ocorre o encontro, foram colocadas 215 fotos em branco e preto de jornalistas mortos na Rússia desde 1993.

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