Pelo menos 31 pessoas morreram em um incêndio hoje em um edifício no centro da cidade portuária de Odessa, no sul da Ucrânia, informou a polícia. O incêndio começou durante um confronto entre manifestantes pró-Rússia e apoiadores do governo central de Kiev.
Em comunicado, a polícia disse que algumas das vítimas foram asfixiadas pela fumaça e outras morreram quando pularam das janelas do prédio para fugir do incêndio. A polícia havia informado anteriormente a morte de 38 pessoas, mas revisou o número.
Hoje ocorreram confrontos entre os dois grupos em toda a cidade, na a pior onda de violência em Odessa desde que o presidente aliado de Putin Viktor Yanukovich foi deposto em fevereiro.
Mais cedo, a polícia disse que pelo menos quatro homens haviam sido mortos em combate depois que uma marcha de manifestantes a favor do governo ucraniano foi emboscada. Bombas de gasolina, pedras e artefatos explosivos foram lançados durante os confrontos.
Agitando a bandeira ucraniana, usando capacetes e segurando cassetetes, milhares de ucranianos foram às ruas para marchar em apoio ao caminho europeu escolhido pelo novo governo de Kiev, após a queda de Yanucovich. Alguns eram simpatizantes do time de futebol local, o Chornomorets.
Depois, ativistas pró-russos alguns usando as cores do time Metalist, entraram na multidão e a polícia perdeu o controle. Mais tarde, o edifício apareceu em chamas.
Dmytro Spivak , um parlamentar local, disse à televisão ucraniana que pelo menos seis jovens apoiadores de Kiev tinham sido mortos em combate.
"É claro que o lado pró-Rússia foi muito bem armado, bem organizado e que esta ação foi planejada há muito tempo", disse ele , acrescentando que a polícia fez pouco para deter os confrontos.
Os novos líderes da Ucrânia, alinhados com os ocidentais, acusaram Moscou de apoiar grupos pró-russos para tentar desestabilizar o país, após meses de manifestações que levaram ao fim do governo Yanukovich.
Manifestações a favor da Rússia eclodiram também no leste do país, desde que um governo aliado à União Europeia assumiu o governo de Kiev.
Já a Rússia nega ter influência sobre os manifestantes do leste e do sul, que, segundo Moscou, estão protegendo os direitos da etnia russa na Ucrânia.