O incêndio provocado por uma explosão na principal refinaria da Venezuela continuava ativo no domingo pela manhã, mais de 30 horas depois da tragédia que causou 39 mortes.

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As chamas, de cerca de 100 metros de extensão e mais de 50 metros de altura, podem ser vistas a vários quilômetros de distância da refinaria de Amuay, gerenciada pela estatal PDVSA e situada no estado de Falcón.

As forças de ordem mantém os cordões de isolamento da zona a uns 300 metros das instalações, comprovou a AFP.

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"Vamos continuar batalhando durante toda a noite para conseguir apagar as chamas", assegurou na véspera o vice-presidente Elías Jaua, reiterando, no entanto, que o fogo estava sob controle.

Até o fim da manhã, as autoridades não haviam dado qualquer nova informação sobre a situação.

O presidente Hugo Chávez decretou três dias de luto nacional em função da tragédia.

A explosão na madrugada de sábado deixou 39 mortos, a maioria deles militares que cuidavam da segurança do complexo, e dezenas de feridos.

A detonação ocorreu aproximadamente a 01H11 local (03H41 de Brasília).

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A onda expansiva da explosão, provocada por um vazamento de gás, afetou principalmente o complexo habitado por um comando da Guarda Nacional Bolivariana, encarregada da segurança da refinaria, assim como várias instalações vizinhas, explicou Jaua, em declarações ao canal oficial VTV.

"Foi uma explosão na área de armazenamento, produto de um vazamento de gás que, pelas condições climáticas que reinavam, ficou acumulado na área e, diante de uma fonte de ignição, explodiu", detalhou, por sua vez, Ramírez, depois de fazer um reconhecimento das instalações.

O acidente gerou um incêndio em várias áreas da refinaria, mas o fogo foi controlado, segundo ainda Ramírez, explicando que a enorme fumaça negra que persiste sobre o complexo se deve a alguns resíduos de hidrocarbonetos nos tanques e que é preciso esperar até que se consumam por completo.

A refinaria se encontra numa zona residencial e com comércios, onde moram trabalhadores do complexo com seus familiares, assim como famílias pobres que se instalaram nas áreas periféricas.

Cerca de 80 bombeiros especializados da estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) continuam posicionados no lugar.

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Depois da explosão, foi realizada uma parada programada da atividades do complexo, que deve voltar a funcionar dentro de dois dias, afirmou o ministro do setor.

Ramírez disse ainda que existem hidrocarbonetos suficientes armazenados para garantir o abastecimento do mercado interno.

A refinaria de Amuay, que faz parte do Centro de Refinamento Paraguaná, e a maior deste país petroleiro e processa 645.000 barris de petróleo por dia.

Segundo o site da PDVSA, o Centro de Refinamento de Paraguaná cobre mais de 60% da demanda de combustível da Venezuela.

A Venezuela - primeiro produtor de petróleo na América do Sul e quinto exportador mundial - produz em média três milhões de barris diários (mbd), segundo dados oficiais, apesar de a Opep afirmar que a oferta de petróleo do país é de 2,3 mbd.

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A Opep certificou em 2011 que a Venezuela tem as maiores reservas mundiais de petróleo, com 296,5 bilhões de barris, acima das da Arábia Saudita, o país com maior capacidade de refino.

Em março passado, as autoridades venezuelanas informaram que esta cifra aumentou para 297,57 bilhões de barris.