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Meio ambiente

Incêndio em Atenas revela desmatamento

Área queimada no subúrbio de Atenas: fogo consumiu pelo menos 150 casas e 15 mil hectares de florestas | Louisa Gouliamaki/AFP
Área queimada no subúrbio de Atenas: fogo consumiu pelo menos 150 casas e 15 mil hectares de florestas (Foto: Louisa Gouliamaki/AFP)

Atenas - No meio das enormes áreas florestais reduzidas a cinzas na pe­­riferia de Atenas após três dias de incêndio, apareceram de repente vilas luxuosas. "Toda vez que há um incêndio, nós descobrimos novas comunidades que nunca soubemos que existiam", diz o diretor do Greenpeace na Grécia, Nikos Haralambides. "Te­­mos um Estado que simplesmente continua a legalizar um desenvolvimento não autorizado", critica.

Um promotor público ordenou uma investigação sobre a possível origem intencional do incêndio que destruiu cerca de 150 casas e milhares de hectares de madeira e áreas rurais.

Embora as florestas do Me­­di­­terrâneo normalmente peguem fogo com o clima seco e quente, os gregos têm visto a capital de seu país crescer dramaticamente em direção aos vales e montanhas ao redor, e estão convencidos de que há construtores por trás de muitos dos incêndios.

"Está na hora de pôr fim a esse fenômeno doentio e perigoso", afirmou ontem o diário conservador Kathimerini em seu editorial. "A construção não pode mais ser permitida nos pulmões da cidade", alertou.

O líder da oposição George Papandreou disse que o governo trabalhou mal na luta contra os incêndios. "Estes incêndios de­­vem pôr fim a um estado ineficiente, que flerta com a ausência de leis e a ilegalidade", afirmou. "Isto poderia ter sido evitado se as lições de 2007 tivessem sido aprendidas", acrescentou.

O governo conservador, que deve enfrentar eleições no ano que vem, disse que ventos muito fortes dificultaram a luta contra o fogo.

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