O presidente Donald Trump vai à Califórnia nesta segunda-feira (14) para avaliar os danos dos incêndios florestais que estão atingindo a Costa Oeste dos Estados Unidos. Oregon, Califórnia e Washington registraram 33 mortes até domingo – 9 a mais do que na sexta-feira – e dezenas de desaparecidos. A tragédia colocou o aquecimento global na campanha eleitoral, com Trump e seu rival Joe Biden adotando discursos diferentes diante do tema.
Trump atribuiu os incêndios à falta de manejo das áreas em chamas pelos seus rivais democratas. "O tema é gestão florestal" disse o presidente republicano, no sábado (12), em um comício de campanha em Nevada, sem mencionar as mudanças climáticas. "Recordem estas palavras: Gestão florestal", repetiu. "Você precisa limpar o chão, você precisa limpar as florestas", afirmou Trump, que já havia feito declarações semelhantes em agosto, quando os incêndios estavam começando.
Para as autoridades locais, a escalada dos incêndios florestais, que vão do Canadá até o México, está vinculada ao aquecimento global, que agrava a seca crônica da região e provoca condições climáticas extremas.
Ainda no sábado, Joe Biden, que disputa com Trump a eleição que ocorre em 3 de novembro, também atacou o republicano. "O presidente Trump pode tentar negar a realidade, mas os fatos são inegáveis. Devemos agir absolutamente para evitar um futuro marcado por um dilúvio interminável de tragédias, como as que sofrem hoje as famílias americanas da Costa Oeste", afirmou em um comunicado.
O senador democrata do Oregon Jeff Merkley disse ao programa This Week, da ABC News, que a devastação foi o resultado de uma combinação de males, incluindo o aumento das temperaturas causado pela mudança climática global. "As nevascas na Cordilheira das Cascatas ficaram menos intensas. Nossas florestas ficaram mais secas. Nosso oceano ficou mais quente e mais ácido." As mudanças, disse Merkley, são as "consequências do aquecimento do planeta". "Precisamos ter um presidente que siga a ciência." No Oregon, ao menos 10 pessoas morreram.
Fumaça densa
O esforço dos bombeiros na região tem resultado em avanços, mas a densa fumaça causada pelo fogo começa a trazer problemas no combate às chamas e para a saúde da população. Em Portland, a qualidade do ar ficou entre as piores do mundo ontem. Mesmo dentro de casa, moradores relataram dificuldade para respirar. Autoridades de saúde alertaram para que as pessoas não deixem suas casas por causa da nuvem tóxica.
A qualidade do ar em todo o Oregon foi classificada como "perigosa" ou "muito insalubre" por funcionários ambientais estaduais. Um alerta de "fumaça tóxica" do Serviço Meteorológico Nacional permaneceu em vigor em grande parte do Estado até pelo menos 18 horas no horário local de ontem. Havia avisos semelhantes no Estado de Washington.
Com a névoa, a visibilidade dos bombeiros foi a 400 metros ou menos e a luta contra as chamas ficou mais complicada. "Nossos desafios continuam a ser a visibilidade reduzida, limitando nosso reconhecimento aéreo e mudando rapidamente as condições de fogo", disseram os bombeiros do condado de Clackamas em um comunicado no sábado.
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