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COP-17

Incertezas complicam negociações

A conferência do clima da ONU em Durban (África do Sul) se encaminhava para um fim incerto neste sábado, após a ampliação das negociações, por mais um dia, em busca de um acordo difícil para criar um marco legal que obrigue todos os países a entrar na luta contra o aquecimento global. Após 12 dias de reuniões que deveriam ter chegado ao fim na sexta-feira, os ministros e delegados de 194 países passaram a madrugada de sábado em reuniões e análises de propostas para um texto de consenso.

A presidência sul-africana da conferência estendeu os trabalhos até sábado para buscar um acordo em três grandes temas: um regime legal que comprometa todos os países na luta contra as mudanças climáticas, a renovação do Protocolo de Kyoto, que obriga as nações ricas a reduzir as emissões de gases poluentes, e a criação de um Fundo Verde para ajudar os países pequenos e em dificuldades.

A Europa propôs a renovação do Protocolo de Kyoto, que tem validade até 2012, o que deixaria o planeta sem um acordo legal que obrigue os países a reduzir as emissões.

Os europeus exigem em troca que os países, em especial os grandes emissores de gases nocivos ao clima (como China, Índia, Brasil e Estados Unidos, país que nunca ratificou Kyoto), aceitem um instrumento legal que torne obrigatórios seus compromissos de corte de emissões, que seria definido até 2015.

África do Sul, Brasil e quase 90 países entre os mais vulneráveis às mudanças climáticas respaldam o plano europeu, segundo a comissária europeia do Clima, Connie Hedegaard.

"Estamos em uma situação que é a pior, a do risco de fracasso por um problema de gestão do tempo", alertou a ministra do Meio Ambiente da França, Nathalie Koscius­­ko-Morizet.

Após as negociações da madrugada, o chefe da delegação americana, Todd Stern, também manifestou preocupação com o atraso na divulgação do texto. Stern disse que estava otimista com a possibilidade de um acordo, mas alertou que é tarde. Ao ser questionada sobre a possibilidade de adiamento da conferência, por falta de tempo e acordo, a diretora da convenção do clima da ONU, Christiana Figueres, foi incisiva: "Hoje é o último dia da conferência. Estas especulações não ajudam o processo".

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