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Morales (no centro, à frente), Chávez (esquerda) e o equatoriano Correa (direita): aliança | David Mercado/Reuters
Morales (no centro, à frente), Chávez (esquerda) e o equatoriano Correa (direita): aliança| Foto: David Mercado/Reuters

La Paz - As comemorações pelos 200 anos de libertação da Bolívia do império espanhol, ontem, em La Paz, se transformaram em palanque para ataques contra os Estados Unidos e de pedidos para uma maior unidade entre os países latino-americanos. Durante o evento, os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e do Equador, Rafael Correa, preconizaram uma "segunda independência’’ da América Latina.

"Agora sim, nada, nem ninguém poderá interromper o caminho de nossa independência, por mais que impérios nos ameacem, por mais que burgueses nos ameacem, por mais que oligarquias e burguesias conspirem contra o povo’’, afirmou Chávez.

As conspirações "contra os povos, sejam da Bolívia, Venezuela e de Honduras, não podem deter o movimento da história’’, completou o presidente venezuelano.

Anteriormente, o presidente Correa havia dito que "hoje os povos da América Latina lutam como irmãos pela segunda e definitiva independência’’, referindo-se à Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba).

O organismo é um mecanismo de integração regional que une Bolívia, Cuba, Equador, Nicarágua, Paraguai e Venezuela e que se opõe à Área de Livre Comércio das Américas (Alca), proposta pelos EUA.

Segundo Correa, "o grande compromisso é seguir construindo e lutando por essa segunda e definitiva independência’’.

O presidente paraguaio, Fernando Lugo, também presente no evento, fez um discurso unificador. "Queremos que nossas nações fomentem a unidade, a integração e a igualdade entre os povos.’’

La Paz comemorou ontem os 200 anos da primeira rebelião contra os espanhóis, comandada pelo criollo (descendente de espanhol, mas nascido na América) Pedro Domingo Murrilo e de outros patriotas, que logo se estendeu para o resto da América Latina. A região celebrará em 2010 e 2011 outras independências republicanas.

O presidente da Bolívia, Evo Morales, qualificou de "traidores da pátria’’ os políticos da América Latina que permitem a instalação de bases dos Estados Unidos em seus países, em uma clara alusão ao governo da Colômbia, que anunciou na quarta-feira a liberação de três áreas para militares americanos.

Ele também acrescentou que os países latino-americanos deviam lutar para nunca mais houvesse base militares estrangeiras na região e "fazer respeitar a soberania dos povos’’.

O presidente boliviano recordou que seu governo já removeu uma instalação militar americana, localizada perto de Cochabamba, e também sustentou que as forças militares dos países devem parar de depender dos EUA.

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