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Violência

Índia abate embarcação pirata, mas seqüestros continuam

Superpetroleiro com 25 tripulantes continua em mãos de criminosos, que pediram resgate

Veja que dezenas de navios já foram seqüestrados neste ano na costa africana |
Veja que dezenas de navios já foram seqüestrados neste ano na costa africana (Foto: )

Mogadíscio - No maior ataque já registrado aos piratas somalis, a Marinha indiana afirmou ter afundado um navio-mãe de corsários no golfo de Áden, entre a África e a Ásia, na madrugada de terça-feira.

Isso não impediu, entretanto, que os piratas seqüestrassem mais três navios e começassem a negociar o resgate do petroleiro saudita Sirius Star. Com 25 tripulantes e carga avaliada em US$ 100 milhões, o Sirius é o maior navio já tomado pelos mercenários. A ONU estima que eles já tenham ganho entre US$ 25 milhões e 30 milhões em resgates neste ano.

Segundo nota da Marinha, o navio pirata foi abatido por um barco de guerra indiano que patrulha a zona, depois que seus tripulantes, armados com pistolas e lança-granadas, se recusaram a submeter-se a averiguação.

A pirataria no golfo de Áden aumentou 140% entre 2007 e setembro deste ano por culpa da falência do Estado somali e da crescente insurgência islâmica em terra.

Os mais recentes alvos foram um pesqueiro tailandês, um barco grego e um cargueiro de Hong Kong. Os piratas teriam liberado o barco MV Great Creation, levado há dois meses, mas ainda mantêm mais de uma dúzia de navios e 200 reféns.

Seguros

Como o principal objetivo dos piratas é o resgate das cargas roubadas, cresceram os custos de transporte e de seguros das embarcações. Uma seguradora ouvida pelo Financial Times disse que o seguro por viagem de navio na zona de risco subiu de US$ 500 para US$ 20 mil.

As transportadoras mudam as rotas para evitar os bandidos – às vezes sem êxito, já que os piratas têm expandido sua área de atuação.

O embaixador russo na aliança militar ocidental (Otan), Dmitri Rogozin, propôs ontem uma missão militar terrestre contra os corsários, "porque é em terra que está o ninho dos piratas’’.

Fora de controle

Os ataques dos piratas estão "fora de controle", tornando-se mais violentos e freqüentes, e se espalhando para além das bases de atuação das gangues, disse Noel Choong, diretor do centro de relatos de pirataria do Birô Marítimo Internacional. "O que vimos nas últimas semanas é um crescimento anormal da violência e barcos sendo seqüestrados mesmo com o aumento da vigilância na área", afirmou.

"As Nações Unidas e a comunidade internacional precisam encontrar formas de interromper essa ameaça", acrescentou Choong. "Sem nenhum forte embaraço, com risco baixo e altos retornos para os piratas, os ataques vão continuar."

A Intertanko e a Intercargo, associações internacionais que congregam respectivamente os donos de petroleiros e de cargueiros, pediram que os governos mobilizem suas forças navais para confiscar os barcos de onde partem os ataques dos piratas, assim como suas armas, conforme relato do jornal britânico Financial Times.

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