A Índia completa nesta sexta-feira (13) um ano sem registrar um caso de poliomielite e, se os testes confirmarem, o país que era o grande foco da doença até agora desaparecerá da lista de nações endêmicas da enfermidade.
O anúncio provém dos organismos que lutam para pôr fim à poliomielite, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o governo indiano, uma doença viral que se transmite via fecal-oral através de água e alimentos contaminados.
"Estamos exultantes e esperançosos, mas ao mesmo tempo, atentos", expressou em comunicado o ministro da Saúde indiano, Ghulam Nabi Azad.
Ele enfatizou, no entanto, que as autoridades não devem se dar por satisfeitas com os resultados e que ainda terão de passar três anos sem um só caso de poliomielite para que se possa comemorar que a Índia se encontra completamente livre da doença.
Azad ressaltou que os avanços se tornam maiores quando se considera que, em 2009, os casos de pólio no país chegavam a 741, aproximadamente metade dos mundiais, "um aval dos incansáveis e persistentes esforços que realiza a Índia".
O último caso de pólio no país asiático foi registrado em uma menina de dois anos na região de Bengala no dia 13 de janeiro de 2011, um marco quando se compara com os 43 casos de 2010, os 741 de 2009, os 6.028 de 1991 ou os 150 mil de 1985.
"Já podemos dizer que não é ilusório erradicar a pólio no mundo", disse em entrevista coletiva em Genebra a encarregada das relações externas da Iniciativa Mundial para a Erradicação da Pólio da OMS, Sona Bari.
Fontes da OMS não indicaram, no entanto, quando a eventualidade da erradicação poderia ocorrer, dado que ainda restam outros três países, além da Índia, onde a pólio é endêmica: Paquistão, Afeganistão e Nigéria.
O que foi possível agora - embora deva se confirmar em seis semanas, quando todos os testes biológicos tiverem concluído - é que já não existe um vírus endêmico na Índia, um passo gigantesco quando se levam em conta as dimensões do país, de 1,2 bilhão de habitantes.
Durante as campanhas de imunização na Índia, as autoridades administram cerca de 2,3 milhões de vacinas sob a supervisão de 155 mil pessoas, que fornecem a vacina oral a cerca de 172 milhões de crianças menores de 5 anos em todo o país.
Bill Gates, magnata da Microsoft e copresidente da Fundação Bill & Melinda Gates, trabalha intensamente pela erradicação da pólio no mundo e declarou em comunicado que "este é um marco maiúsculo na luta global contra a pólio".
Segundo a Iniciativa Global para a Erradicação da Pólio (GPEI), o próximo objetivo será livrar o Sul da Ásia da pólio até 2014, um enorme desafio se levada em conta a possibilidade de contágio através das frágeis fronteiras da região.
Como indica a GPEI, 2011 registrou alarmantes altas do número de casos de pólio no Afeganistão e Paquistão. Uma vítima do Paquistão levou a doença à China, onde não se registrava nenhum caso de poliomielite desde 2009.
Na África, a doença continua ativa na Nigéria (onde é endêmica), Chade e República Democrática do Congo, com surtos nos últimos 12 meses no centro e leste do continente, o que lembra ao mundo que, enquanto existir, esta doença será uma ameaça para todos.
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