Fotografias de oito homens foram divulgadas, identidade do nono suspeito não foi tornada pública porque o corpo estava muito queimado| Foto: Mumbai Police / Reuters

A polícia indiana divulgou nesta terça-feira (9) a identidade e fotografias de nove supostos extremistas islâmicos mortos durante os ataques perpetrados contra Mumbai (ex-Bombaim) em novembro.

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O diretor de investigação da polícia local, Rakesh Maria, divulgou a identidade e os apelidos dos nove suspeitos durante uma entrevista coletiva concedida nesta terça-feira.

Ele mostrou fotografias de oito homens e explicou que as imagens do nono suspeito não foram tornadas públicas porque o corpo estava muito queimado.

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Maria citou também a origem de todos os participantes. Todos eram do Paquistão, das províncias do Punjab e da Fronteira Noroeste. Ele não revelou, no entanto, como a polícia localizou as cidades natais deles. Todos tinham idades entre 20 e 28 anos. Maria disse que o líder do grupo nos atentados foi Ismail Khan, de 25 anos, natural da cidade de Dera Ismail Khan. O mais novo terrorista foi identificado como Shoaib, de 20 anos. Segundo Maria, ele estava entre os terroristas que atacaram o Hotel Taj Mahal e era natural da cidade de Multan, no Paquistão central.

O único sobrevivente entre os extremistas que promoveram os ataques vem sendo interrogado pela polícia.

A Índia atribuiu o ataque ao grupo extremista paquistanês Lashkar-e-Taiba e exigiu de Islamabad que tome atitudes. Mais de 170 pessoas morreram nos ataques a Mumbai.

O Paquistão deteve 15 suspeitos de ligação com o Lashkar-e-Taiba no final de semana passado, mas hoje informou que não extraditará nenhum deles à Índia.

Paquistão

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O governo do Paquistão afirmou nesta terça-feira que não entregará nenhum suspeito pelos ataques em Mumbai às autoridades indianas.

Nova Délhi várias vezes acusou o linha-dura Lashkar de estar por trás dos ataques do mês passado. A tensão cresceu entre os vizinhos - ambos com armas nucleares - após os atentados a Mumbai. A Índia exigiu que o Paquistão entregue os suspeitos. Porém o ministro das Relações Exteriores, xá Mehmood Qureshi, disse que isso está fora de cogitação.

"As prisões foram feitas para nossas próprias investigações. Mesmo se as alegações forem comprovadas contra qualquer suspeito, ele não será entregue para a Índia", afirmou Qureshi. "Nós procederemos contra aqueles presos de acordo com a lei paquistanesa."

Índia e Paquistão lutaram três guerras desde a independência de ambos da Grã-Bretanha, em 1947. Um quarto confronto ficou perto de ocorrer em 2001, após um ataque ao Parlamento indiano atribuído ao Lashkar-e-Taiba, que significa Exército dos Pios.

Sob pressão internacional para agir após os ataques em Mumbai, o Paquistão realizou no domingo uma operação em um campo controlado pelo grupo de caridade Jammat-ud-Dawa e prendeu 15 pessoas. Muitos acreditam que essa organização seja ligada ao Lashkar. O Jammat é chefiado pelo fundador do Lashkar, Hafiz Saeed.

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O Lashkar foi banido do Paquistão, mas a Índia acusa o vizinho de não combater o grupo, estabelecido para lutar contra o governo indiano na região da Caxemira. Nova Délhi também afirma que o Lashkar teve ligações com o serviço de inteligência do Paquistão e com a Al-Qaeda.

O ministro das Relações Exteriores paquistanês disse que o país não quer uma guerra, mas está pronto para se defender, caso seja necessário. "Nós não queremos a guerra, mas estamos totalmente preparados caso a guerra seja imposta a nós", afirmou Qureshi. As informações são da Associated Press.