Um dia após o governo do Canadá ter informado que possui indícios de que o governo da Índia está envolvido na morte de um separatista do grupo etnorreligioso sique no país norte-americano, Nova Délhi anunciou a expulsão de um diplomata canadense.
Em comunicado, o Ministério das Relações indiano informou que o alto comissário do Canadá na Índia foi convocado nesta terça-feira (19) e “informado sobre a decisão do governo da Índia de expulsar um alto diplomata canadense baseado na Índia”.
O diplomata em questão, cujo nome não foi informado, “foi solicitado a deixar a Índia nos próximos cinco dias”, acrescentou a pasta.
“A decisão reflete a crescente preocupação do governo da Índia com a interferência de diplomatas canadenses nos nossos assuntos internos e o seu envolvimento em atividades anti-Índia”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores.
Na segunda-feira (18), o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, havia informado em um discurso na Câmara dos Comuns que as agências de segurança canadenses estavam investigando “alegações críveis de uma possível ligação entre agentes do governo da Índia e o assassinato de um cidadão canadense, Hardeep Singh Nijjar”. Em razão dessa suspeita, um diplomata indiano foi expulso do Canadá.
O canadense de origem sique Hardeep Singh Nijjar foi morto a tiros do lado de fora de um templo em Surrey, na província da Colúmbia Britânica, em 18 de junho. Nijjar apoiava a criação de um país independente sique, o Calistão, na região do estado indiano do Punjab, e havia sido classificado como terrorista por Nova Délhi.
A expulsão do diplomata canadense agrava a crise entre o Canadá e a Índia: na semana passada, o Ministério das Relações Exteriores indiano havia informado em comunicado que o premiê Narendra Modi havia expressado “fortes preocupações sobre a continuidade de atividades anti-Índia de elementos extremistas no Canadá” a Trudeau durante uma reunião paralela à cúpula do G20, realizada em Nova Délhi, atividades essas que incluiriam “promoção do separatismo”.