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Terrorismo

Índia pressiona o Paquistão

Mumbai - O governo indiano cobrou ontem "ações enérgicas’’ do vizinho Paquistão contra os responsáveis pelos atentados que mataram 184 pessoas em Mumbai (antiga Bombaim) na semana passada e afirmou que a relação entre os dois países "deu um passo para trás’’.

A mensagem dura foi transmitida ao enviado especial do Paquistão, Shahid Malik, que chegou ontem à capital indiana, Nova Délhi, e a quem a Índia expressou descontentamento com "o fracasso do Paquistão em controlar o terrorismo que emana de seu território’’.

Do lado paquistanês, o presidente Ali Asif Zardari disse que a Índia se apressou em criticar o Paquistão. Em raro encontro com jornalistas, autoridades militares do Paquistão ameaçaram transferir para a fronteira com a Índia as tropas que atuam na fronteira com o Afeganistão e que combatem militantes ligados à rede terrorista Al-Qaeda no norte do país.

A polícia indiana vazou à imprensa local informações de que o único terrorista que sobreviveu ao cerco policial, Azam Kazav, 21 anos, é paquistanês e teria confessado ter recebido treinamento no Paquistão.

O primeiro-ministro paquistanês, Yousaf Gilani, convocou líderes políticos do país para uma reunião hoje para debater a relação com a Índia.

A mídia nos dois lados estimula o conflito. Nos mais de 20 canais a cabo de notícias 24 horas da Índia, âncoras exaltados e repórteres repetem a frase "não dá para se acreditar no Paquistão’’ e longas reportagens sobre grupos terroristas do país vizinho são exibidas.

Na tevê paquistanesa, âncoras dos telejornais dizem que o serviço secreto indiano sofreu "um grande fracasso’’ por não prever a operação e que culpa o Paquistão para não reconhecer sua "incompetência’’.

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