Uma imagem hoje impensável: os premiês Narendra Modi e Justin Trudeau conversam amistosamente durante visita do canadense à Índia em 2018| Foto: EFE/Harish Tyagi
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O governo da Índia anunciou nesta segunda-feira (14) a decisão de retirar seu embaixador no Canadá e outros diplomatas de sua missão em Ottawa, em meio a tensões entre os governos dos primeiros-ministros Narendra Modi e Justin Trudeau que vêm desde o ano passado, devido à investigação de funcionários indianos em conexão com o assassinato de um líder sique em solo canadense.

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“O governo da Índia decidiu retirar o alto comissário e outros diplomatas e funcionários envolvidos”, informou o Ministério das Relações Exteriores da Índia em comunicado, além de acrescentar que “as ações do governo Trudeau colocaram em risco sua segurança”.

“Não temos fé no compromisso do atual governo canadense de garantir a segurança deles”, acrescentou a chancelaria indiana.

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A decisão foi comunicada ao encarregado de negócios do Canadá em Nova Délhi nesta segunda, que foi convocado ao ministério e informado de que “ataques infundados” contra diplomatas indianos eram “completamente inaceitáveis”.

Além disso, a Índia disse que se reservava o direito de tomar outras medidas em resposta ao apoio do governo canadense “ao extremismo, à violência e ao separatismo contra a Índia”.

Horas antes, o Ministério das Relações Exteriores emitiu outra declaração dizendo que havia sido informado pelo Canadá que o embaixador indiano em Ottawa, Sanjay Kumar Verma, e outros diplomatas eram considerados “pessoas de interesse” em uma investigação em andamento no Canadá.

Junto com a retirada do embaixador, a Índia anunciou a expulsão de seis diplomatas canadenses.

Horas depois, o Canadá anunciou a expulsão de seis diplomatas indianos, incluindo o embaixador, gerando uma briga de versões sobre se Verma foi expulso ou retirado por Nova Délhi.

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A polícia do Canadá prendeu em maio três homens suspeitos de envolvimento no assassinato do líder separatista sique Hardeep Singh Nijjar, crime ocorrido em junho do ano passado e que Ottawa atribuiu ao governo da Índia.

Nijjar foi morto a tiros no lado de fora de um templo em Surrey, cidade localizada na província canadense da Colúmbia Britânica. Ele apoiava a criação de um país independente sique, o Calistão, na região do estado indiano do Punjab, e havia sido classificado como terrorista por Nova Délhi.

Em setembro do ano passado, Trudeau acusou o governo da Índia de envolvimento no assassinato, o que já havia levado à expulsão de diplomatas dos dois lados antes das medidas desta segunda-feira.