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Transporte

Índia tenta mudar caos dos trens para ‘experiência feliz’

Cena comum: passageiros indianos viajam  em  risco nos  vagões (ou em cima deles). | PRAKASH SINGH/AFP
Cena comum: passageiros indianos viajam em risco nos vagões (ou em cima deles). (Foto: PRAKASH SINGH/AFP)

O governo indiano anunciou um investimento recorde em transporte a fim de tornar a viagem de trem uma experiência que traga felicidade e acabar com a falta de segurança, com os atrasos e com os vagões sujos e lotados que caracterizam o transporte no país.

Ao apresentar sua proposta de orçamento para o próximo ano fiscal para o parlamento há algumas semanas, o ministro de Ferrovias indiano, Suresh Prabhu, afirmou que os esforços estão sendo concentrados em “transformar a viagem de trem na Índia em uma experiência feliz”.

O investimento será equivalente a cerca de R$ 56 milhões em 2015, 52% a mais do que em 2014. E a quase R$ 434 milhões nos próximos cinco anos, valor recorde.

O ministro também foi claro ao afirmar que com essas melhorias pretende beneficiar principalmente os “pobres” e o “homem comum”, trazendo “limpeza, conforto, acessibilidade, qualidade de serviço e velocidade”.

Pobreza

Dados oficiais indicam que há cerca de 270 milhões de pessoas pobres na Índia, que possui 857 milhões de habitantes. No entanto, há fortes críticas a estes números e algumas ONGs afirmam seriam por volta de 400 milhões de pobres.

O passageiro Rakesh Kumar, de 55 anos, que costuma viajar de terceira classe no trem Mumbai-Punjab, no conhecido como “vagão geral”, afirmou que os principais problemas do transporte são a falta de segurança, o estado dos banheiros e a limpeza, de uma forma geral.

“A limpeza não é boa. Os lavabos não funcionam e há lixo em toda parte. Ninguém vem limpar. Também não há policiais para cuidar da segurança. Mesmo diante de roubos e furtos, nunca vem ninguém”, declarou Kumar, que estava bem barbeado e vestido com uma camisa branca.

Pouco antes, na estação de Faridabad, cidade próxima à Nova Délhi, centenas de pessoas tentaram embarcar nos vagões da terceira classe com malas e sacos de arroz.

Mesmo depois de o trem começar a andar, houve quem continuasse tentando entrar, correndo e tentando subir em algum vagão no qual houvesse o mínimo de espaço. Os que conseguiram ficaram o resto da viagem com o corpo projetado para o lado de fora do trem.

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