A Índia testou com sucesso na terça-feira um míssil supersônico de cruzeiro, numa área desértica perto da fronteira com o Paquistão, disseram autoridades, ainda em meio às tensões com o país vizinho e rival nuclear devido aos atentados de novembro em Mumbai.
As autoridades indianas disseram que o disparo do míssil Brahmos foi parte de uma série de testes sobre a sua confiabilidade, mas alguns analistas dizem que o momento escolhido pode alarmar o Paquistão. "O teste foi bem-sucedido", disse um porta-voz do Ministério da Defesa, sem dar detalhes.
O Brahmos, que pode voar a até 2,8 vezes a velocidade do som, com alcance de 290 quilômetros, foi testado em Pokhran, localidade fronteiriça onde a Índia realizou testes nucleares em 1998.
Analistas dizem que, diante da tensa história das relações entre Índia e Paquistão, ambos os lados estão cientes dos sinais que tais testes passam. O Brahmos pode ser equipado com ogivas convencionais ou nucleares.
"Um teste de míssil tem um certo potencial interpretativo pelo outro lado. Há um simbolismo", disse C. Uday Bhaskar, analista estratégico em Nova Délhi.
A Índia culpou militantes do Paquistão pelos atentados de novembro em Mumbai, que mataram 179 pessoas. Nova Délhi exigiu providências de Islamabad, que nega qualquer envolvimento. A tensão subiu, mas ambos os lados disseram não querer uma guerra.
O Brahmos (nome que alude aos rios Brahmaputra, na Índia, e Moscou, na Rússia), foi desenvolvido conjuntamente pela Organização de Pesquisa e Desenvolvimento de Defesa, da Índia, e pela russa NPO Mashinostroyenia.
A Índia, que tem a quarta maior força militar do mundo, pretende instalar esses mísseis em vários navios, segundo autoridades.
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