Drones
Brennan é "cauteloso" ao planejar ataques de aeronaves teleguiadas
Agência Estado
Auxiliares descreveram John Brennan, o indicado de Obama para o cargo de diretor da CIA, como uma pessoa cautelosa no uso dos aviões teleguiados, que contém os impulsos de alguns membros da CIA e do Exército que usariam as aeronaves com mais frequência, embora ele mesmo tenha comandado o uso desse tipo de armamento em ataques no Paquistão, no Iêmen e na Somália. Menos de 50 ataques foram realizados durante o governo Bush, enquanto mais de 360 foram lançados sob o comando de Obama, segundo o site The Long War Journal, que acompanha essas operações. Brennan disse que vai trabalhar para melhorar a coleta e o uso de informações de inteligência pela CIA no mundo árabe, referindo-se aos ataques que mataram o embaixador americano na Líbia.
Insistindo em que o governo dos EUA só autoriza o uso de drones "para salvar vidas", o indicado do presidente Barack Obama para comandar a principal agência de inteligência do país, a CIA, se comprometeu ontem com o Senado a rever regras e investigar se há falhas sistêmicas nas operações.
Os drones robôs aéreos pilotados à distância que os EUA usam para matar suspeitos de terrorismo em países como Paquistão e Iêmen foram o foco da sabatina de John Brennan pela Comissão de Inteligência do Senado, com críticas e questões duras de republicanos e democratas. Foram também alvo de um pequeno grupo de manifestantes do grupo Code Pink, que interromperam a sessão aos gritos de "drones voam, crianças morrem".
"Se for [aprovado] para a CIA, revisaria isso imediatamente e investigaria se há falhas sistêmicas", respondeu Brennan, hoje assessor da Casa Branca para contraterrorismo, ao ser confrontado pelo senador Saxby Chabliss com um relatório citando erros.
A copresidente da comissão ao lado de Chabliss, a democrata Diane Feinstein, defendeu em seus comentários a criação de um tribunal especial para avaliar as diretrizes sobre o uso de drones.
Embora não tenha apoiado a criação da corte extraordinária, Brennan afirmou que as regras de operação deveriam ser mais claras e, sobretudo, mais bem comunicadas ao público americano.
O escolhido de Obama também admitiu que o governo precisa se manifestar quando mata civis nas operações com drones especialistas estimam que 12% das mortes sejam de civis.
"Temos de otimizar a transparência sobre esses problemas", afirmou. "Mas também devemos otimizar o sigilo sobre as ações secretas. Não são coisas incompatíveis."
A resposta paradoxal veio depois de Brennan ser questionado sobre informações sobre operações com drones que vazaram na imprensa outro assunto de especial interesse da comissão.
O New York Times publicou reportagem sobre uma base secreta de drones mantida pelos EUA na Arábia Saudita, e a rede de tevê NBC levou ao ar um memorando sigiloso que defende a autoridade do presidente para ordenar a morte de civis, caso julgue que eles ameaçam o país.