Populações das regiões amazônicas do Peru fizeram nesta quinta-feira (11) uma greve parcial em apoio aos protestos de indígenas, que querem a revogação de leis de estímulo a investimentos em seus territórios que consideram prejudiciais ao meio ambiente e a suas propriedades.

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O Congresso peruano suspendeu na quarta-feira (10) por tempo indeterminado as polêmicas leis, após dois meses de intensas manifestações, que alcançaram o ponto alto no fim de semana passado, com enfrentamentos entre policiais e indígenas que deixaram dezenas de mortos.

Os indígenas, as organizações regionais e os sindicatos têm dito que não deixarão de protestar até que as leis sejam eliminadas definitivamente.

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Em Yurimaguas, a 1.400 quilômetros a nordeste de Lima, os nativos seguiam com o bloqueio da principal via que serve o povoado, onde o comércio local funcionava, apesar dos alimentos básicos serem vendidos a preços mais altos do que o normal.

"Decidimos permanecer aqui até que haja uma solução", disse o indígena Fernando Ríos Panaipi, que chegou ao local do protesto há 37 dias, vindo de uma remota comunidade na selva do país.

Centenas de indígenas permaneceram na estrada com lanças e alguns deles tinham a cara pintada com faixas vermelhas e pretas, como quando estão em situação de conflito e em defesa de suas terras.

Segundo reportagens do rádio, a paralisação das atividades em apoio ao protesto ocorria de forma parcial em cidades das regiões de Loreto, Ucayali, San Martín e Madre de Dios, assim como em outras áreas andinas como Puno.

Em Lima, os maiores sindicatos do Peru preparavam uma marcha rumo ao Palácio do Governo em apoio aos indígenas.

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O governo neoliberal de Alan García enfrenta os protestos, que chegaram a afetar o fornecimento de petróleo. No fim de semana passado, um violento enfrentamento entre as forças de segurança e os nativos deixaram ao menos 33 mortos.